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ATUALIDADES
Outra vez os ingleses no caminho da Argentina
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Nestes tempos de Copa do Mundo, quando argentinos e ingleses entram em campo, além da grande rivalidade, é impossível esquecer a situação atual do país
vizinho, mas principalmente a disputa pelas ilhas Malvinas (Falklands para os ingleses).
A atual crise pela qual passa a Argentina tem suas raízes num
passado não muito remoto. O retorno de Juan Domingo Perón ao
poder, em 1973, e sua política de
reatar as relações com Cuba, ampliar o comércio com o bloco socialista e associar a Argentina ao
Movimento dos Países Não-Alinhados causaram sério desconforto aos militares portenhos.
Com a morte do presidente, em
1974, assumiu sua vice, Isabelita
Perón, deposta dois anos depois
por uma junta militar comandada
pelo general Jorge Videla. No poder, os militares promoveram a
abertura de mercado, reduzindo a
capacidade dos setores produtivos, e iniciaram a "guerra suja",
perseguição sistemática aos oposicionistas. Num contexto em que
a dívida externa passava dos US$
60 bilhões, os militares, comandados pelo general Leopoldo Galtieri, decidiram ocupar as ilhas Malvinas em abril de 1982.
Estimulando o nacionalismo
contra o domínio britânico, procuravam desviar a atenção do povo da grave crise social e econômica. Após 45 dias de luta e um
saldo de mais de 700 mortos, a Argentina rendeu-se à superioridade militar britânica. O entusiasmo
nacionalista transformou-se então em indignação que levou Galtieri à renúncia. Nas eleições de
1983, encerrando sete anos de ditadura, elegeram Raúl Alfonsin e
restabeleceram a democracia.
Hoje, mergulhados numa crise
sem precedentes, sonhavam que
o futebol de Batistuta, Verón e cia.
pudesse resgatar o orgulho nacional. Mas a paciência estratégica
dos britânicos, aliada à disciplina
tática dos suecos, expulsou a Argentina do "grupo da morte".
Roberto Candelori é coordenador da Cia de Ética, professor da Escola Móbile e
do Objetivo (Americana)
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