São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 2002
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REDAÇÃO NO VESTIBULAR

Organize as idéias para encarar a folha em branco

Mauricio Paiva - 5.dez.2001/Folha Imagem
NOTA 10 A estudante de medicina da USP Mariane Maeda, que tirou a nota máxima na redação do Enem; ela recomenda que o vestibulando leia revistas e que faça pelo menos um texto por semana

LEIA COM CALMA A PROPOSTA E O TEMA APRESENTADO ANTES DE COMEÇAR A ESCREVER

ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A novidade dos vestibulares neste ano é a obrigatoriedade da redação. E começar a escrever pode ser a parte mais difícil para os vestibulandos. Ler o que é pedido e tentar organizar as idéias é um dos caminhos para vencer a "síndrome da folha em branco".
O primeiro passo é ler com calma a proposta e tentar entender o tema apresentado. Às vezes, não há um tema explícito, mas o candidato deve descobrir sobre o que escrever com base na leitura de uma coletânea de textos. Além de ler os textos, deve grifar os pontos que achar mais importantes.
"Quando há vários textos, o aluno tem de relacioná-los, e não selecioná-los. Escrever sobre o que é dito em apenas um deles pode ser considerado como uma fuga do tema", disse Maria Aparecida Custódio, professora do Objetivo.
Lidos os textos e entendido o tema sobre o qual deve escrever, o estudante pode anotar em um papel as idéias que teve e depois tentar fazer um esquema lógico.
Era isso o que costumava fazer Mariane Maeda, 18, que tirou nota máxima na redação do Enem do ano passado. "Eu separava em tópicos o que iria dizer na introdução e na argumentação."
Uma atividade que pode contribuir para fazer uma boa redação é a leitura de jornais e revistas. O estudante deve, além de relacionar as informações dadas, procurar outras que já tenha adquirido.
Quanto mais dados, mais argumentos o candidato terá para utilizar, o que diminuirá sua dificuldade para escrever. "O vestibulando tem de ler muito e saber dialogar com as diferentes idéias", disse Ívian Destro, professora do Cursinho da Poli.
Ao relacionar as informações, o aluno deve tentar dar sua opinião sobre o tema, que é geralmente polêmico. "A originalidade é algo importante. Não é preciso reinventar a roda, mas devem-se evitar frases feitas e argumentos prontos", diz Abrahão Costa de Freitas, do Universitário.
Apesar de considerar a criatividade algo importante, a professora Célia Passoni, do Etapa, não considera algo condenável deixar de fazer uma redação com idéias originais. "É importante a capacidade crítica do vestibulando, mas, se 93% dos vestibulandos escrevem sobre drogas quando o tema é problemas dos jovens, nós não podemos anular essas redações."



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