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FEDERAIS
Após três anos, aluno poderá complementar sua formação
Instituição do ABC terá ciclo básico na graduação
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Universidade Federal do
ABC, em Santo André, terá estrutura curricular e método pedagógico diferente. Serão 1.500
vagas para um curso básico de
três anos em ciência e tecnologia, que pode ser complementado com especialidades como
matemática, física, química e
diferentes engenharias.
Outras diferenças: o curso é
organizado por trimestres, e
não nos tradicionais anos ou
semestres; o currículo é individualizado, o estudante escolhe
a maior parte das disciplinas
que vai cursar, definindo sua
especialização ao longo da graduação; há três datas possíveis
para o aluno começar o curso
(19 de setembro, 29 de janeiro
ou 21 de maio de 2007).
Hermano Tavares, reitor da
UFABC e ex-reitor da Unicamp
(1998 a 2002), coordenou equipe de 30 pessoas para criar a
concepção da universidade, baseada na interdisciplinariedade
e na formação de profissionais
que adquiram competências e
conhecimentos que lhes permitam adaptar-se aos diferentes contextos profissionais.
"Queremos que as pessoas
aprendam a aprender. A idéia é
formar profissionais que saibam como se reciclar ao longo
da vida, mantendo sua empregabilidade mesmo com as
transformações tecnológicas",
explica Tavares. É com base
nessas idéias que se formou o
currículo básico do curso de
ciência e tecnologia.
O modelo trimestral, segundo ele, também visa diminuir a
evasão e facilitar o acompanhamento do curso. "Dividindo em
trimestres, quem for reprovado
em uma disciplina pode recuperar o tempo perdido mais rapidamente."
O curso de bacharel em ciência e tecnologia é composto por
48 disciplinas, entre obrigatórias e optativas. No primeiro
ano, são 18 matérias obrigatórias. Os temas são abrangentes
e introdutórios, como fenômenos térmicos e relações internacionais e globalização.
Nos dois anos seguintes, são
75 opções de disciplina, e o aluno terá de cursar 27. É nesta fase que entra o conceito de individualização do currículo. As
disciplinas são tão díspares como mecânica dos fluidos, princípios da atividade cerebral e filosofia da religião.
Após a conclusão do ciclo,
pode-se estudar por mais um
ano em um curso de bacharelado ou licenciatura em biologia,
física, matemática e química,
além do bacharelado em ciências da computação. Já com
mais dois anos na universidade,
obtém-se o diploma de engenheiro em uma das oito especialidades oferecidas.
As peculiaridades da federal
do ABC são tantas que nem
mesmo vestibulandos interessados em ingressar na instituição as conhecem. Kléber Corrêa, 17, está no cursinho e a
UFABC é a única que ele vai
prestar agora. Questionado sobre o curso escolhido, responde
rápido que é ciências da computação, mas sem saber que terá de fazer o ciclo básico antes.
A UFABC também tem o
maior sistema de cotas: das
1.500 vagas para o vestibular
que começa no dia 16 de julho,
750 devem ser ocupadas por
alunos da rede pública.
(VINICIUS SEGALLA)
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