São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 2006
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GEOGRAFIA

Ranking feito pela ONU

EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quase sempre, quando um ranking é feito, aparece alguém para questionar os resultados. Com o ranking dos países organizado a partir do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), não é diferente. Anualmente a ONU divulga o seu Relatório de Desenvolvimento Humano, em que o ranking é o principal atrativo.
No último relatório, o Brasil piorou sua classificação, caindo da 68ª posição, em 2005, para a 69ª em 2006, o que ainda mantém, com folga, o Brasil no grupo dos países de IDH médio, que correspondem aos níveis entre 0,500 e 0,799. A piora no ranking fica ainda menos preocupante quando observamos que o índice brasileiro melhorou, passando de 0,788 para 0,792 -quanto mais próximo de 1, melhor.
Tanto os que acham que o Brasil deveria estar mais bem classificado quanto os que acham que poderia estar pior aproveitam o momento para criticar os critérios usados.
A ONU trabalha com dados defasados em dois anos, então o relatório de 2006 é baseado em 2004. Isso faz com que o ranking receba críticas que afirmam que é desatualizado.
O IDH leva em conta as taxas de alfabetização e de matrículas em todos os níveis de ensino, que em 2004 foram, respectivamente, de 88,6% e de 86%. Nesse caso recebe críticas sobre os critérios para uma pessoa ser considerada alfabetizada e o fato de não levar em conta a qualidade das escolas.
O PIB per capita, ajustado pelo poder de compra, também participa da elaboração do índice. Nesse caso, a crítica é pelo fato de não levar em conta a real distribuição de renda do país, sabidamente muito concentrada. Por último considera a expectativa de vida ao nascer, que foi de 70,8 anos -o questionamento tem a ver com o fato de não bastar viver muito, mas precisar viver bem.
Para a ONU, viver bastante, matriculado na escola, sendo alfabetizado e com boa renda per capita, já está muito bom.


EDER MELGAR é coordenador de geografia do curso Intergraus


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