São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 2006
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Vale a pena saber - Biologia

Poluição sonora e música alta

ISMAEL FERNANDES DE ANDRADE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Qual é a relação entre o popular iPod e o vestibular? Em exames recentes (Unicamp 2005 e Fuvest 2006), foi abordado o tema audição, que representa uma intersecção entre biologia, física e geografia.
A nova nomenclatura anatômica (1997) mudou o termo ouvido para orelha. Podemos explicar, de maneira simplificada, a audição: nós temos orelha externa, que recebe o som, e esse faz vibrar o tímpano. Na orelha média, estão os ossículos: martelo, bigorna e estribo, que recebem a vibração do tímpano e a transmitem para a cóclea, já na orelha interna. Encontramos nessa região o sistema vestibular: composto pelos canais semicirculares, o sáculo e o utrículo, associados ao equilíbrio. A questão da Fuvest pedia para relacionar o nervo vestibular ao equilíbrio e o nervo coclear à audição.
A intensidade sonora é medida em decibéis (dB) e representa a pressão exercida pela vibração do ar sobre o tímpano. A poluição sonora pode ser identificada em ambientes com níveis maiores do que 65 dB, considerados prejudiciais, segundo a OMS.
Para combater essa forma de poluição, existem algumas sugestões, como aumentar a fiscalização do limite de ruídos emitidos por veículos automotores; fiscalizar, com mais rigor, o limite de ruídos produzidos por casas noturnas; incentivar o uso do transporte coletivo, o que permitiria redução do tráfego; criar instalações adequadas para os canis públicos ou privados e propor incentivo fiscal para a produção de eletrodomésticos menos barulhentos.
Trabalhadores que são expostos ao barulho devem usar os protetores auriculares, já que esses diminuem a pressão sobre o tímpano.
Mas o que pensar das pessoas que gostam de ouvir música em alto volume? A perda média da audição é de 30% nos que usam "discman" ou tocador de mp3, durante duas horas por dia, por dois anos, em níveis próximos de 80 dB.
Na questão da Unicamp, perguntava-se onde estariam as células lesadas pelo excesso de ruído, além de questionar quais seriam as três partes do ouvido e suas funções.
Vale lembrar: qualquer pessoa pode estar sujeita à perda auditiva quando exposta ao alto volume em fones de ouvido ou em alto-falantes de danceterias, raves ou trios elétricos.


ISMAEL FERNANDES DE ANDRADE é bacharel em ciências biológicas pela USP, professor do Stockler Vestibulares e membro da Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia


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