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      São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2003
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MATEMÁTICA

A matemática da sua impressão digital

JOSÉ LUIZ PASTORE MELLO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Qualquer método utilizado para identificar pessoas por meio da impressão digital leva em consideração três princípios: a impressão digital é única para cada indivíduo, ela não muda ao longo da vida e as digitais podem ser classificadas por padrões gerais.
Entre os vários métodos usados para pré-classificar digitais em padrões gerais, comentaremos brevemente o proposto por Richard Henry em 1897 e que ainda hoje é utilizado em muitos países.
Em linhas gerais, a digital de cada um dos nossos dez dedos das mãos pode ser pré-classificada segundo três padrões, como mostra a figura 1. Usando o princípio fundamental da contagem, concluímos que existem 310 = 59.049 possibilidades de pré-classificação dos dez dedos. O método de Henry consiste em estabelecer um procedimento para reduzir o número de agrupamentos da pré-classificação, redirecionando o processo para a verificação apenas da presença ou da ausência do padrão verticilo nos dez dedos. Sendo assim, ele estabelece a fórmula da figura 2, que deve ser alimentada com o número 1 se o padrão do dedo for verticilo, ou 0, se for arco ou presilha. Na fórmula, m, i, a, d e n referem-se, respectivamente, aos dedos médio, indicador, anular, dedão e mínimo; o índice 1 indica mão direita, e o 2, a esquerda. Usando essa classificação, o conjunto das dez impressões digitais de qualquer indivíduo do mundo se encaixa em um dos 1.024 grupos possíveis de frações (sem a simplificação do numerador e do denominador). Por exemplo, uma pessoa com padrão verticilo apenas no dedão direito e no dedo médio esquerdo será classificada como 3/17.
Por esse método, cerca de 25% da população mundial recai na pré-classificação 1/1, o que quer dizer que seus dedos têm apenas os padrões arco ou presilha.
Após a pré-classificação das digitais pela fórmula de Henry, outros métodos são usados para refinar a classificação da digital até que ela seja identificada de forma única para cada indivíduo.


José Luiz Pastore Mello é licenciado em matemática e mestrando em educação pela USP.
E-mail: jlpmello@uol.com.br


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