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Professora critica separação de ensinos
DA REPORTAGEM LOCAL
A desvinculação do ensino
técnico do médio não trouxe
benefícios aos trabalhadores,
que deixaram de ter uma escola de qualidade, que permitia
que se "apropriassem" dos conhecimentos. Essa é a opinião
da professora da Faculdade de
Educação da USP Carmen
Sylvia Vidigal Moraes.
Para ela, a separação dos ensinos foi uma forma de baratear as escolas técnicas, que
deixariam progressivamente
de oferecer o ensino médio.
Até então, os colégios técnicos
eram famosos pela sua qualidade. Por isso vários estudantes de classe média iam para as
escolas técnicas para se preparar para o vestibular. "Para baratear, eles retiraram o que era
bom. Seria melhor generalizar
aquela escola. E daí que os alunos entravam na USP?".
A desvinculação acabou, segundo ela, com os fundamentos teóricos que possibilitavam
que os estudantes se "apropriassem" do conhecimento,
ou seja, que não apenas conseguissem realizar certas tarefas,
mas entendessem o que estava
por trás delas. "O ensino foi
instrumentalizado. O estudante não vai mais aprender os
fundamentos de física que estão na base da eletrônica, por
exemplo. Falar que já aprendeu isso no ensino médio,
quando são conhecidos os
problemas das escolas públicas, é complicado."
Segundo ela, outra conseqüência é a desvalorização do
técnico, que acabaria sendo
substituído nas empresas por
tecnólogos de nível superior, o
que não seria bom para nenhuma das categorias, já que
implicaria, por exemplo, uma
redução do salário de ambos.
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