|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
HISTÓRIA
A formação dos Estados Unidos da América
CLAUDIO B. RECCO
ESPECIAL PARA A FOLHA
A formação do Estado na América inglesa foi um processo que
envolveu algumas décadas, ao
longo das quais a própria idéia de
Estado foi se modificando.
O período de colonização inglesa foi mais curto quando comparado com colônias portuguesas e
espanholas, em parte pela demora no início da expansão por parte
da Inglaterra, em parte pela rapidez com que se desenvolveu o
ideal e o movimento de independência. O próprio modelo de colonização que se desenvolveu nas
"13 colônias" foi responsável pela
criação de uma mentalidade diferenciada e liberal, se comparada
com a situação na Inglaterra.
Abandonando um país marcado pelas perseguições políticas e
religiosas, grande parte dos colonizadores passou a defender a liberdade e a tolerância. Isso não
significa que já existisse um ideal
democrático, mas a base para seu
futuro desenvolvimento. A intolerância religiosa, principalmente
dos puritanos, era pequena se
comparada com as perseguições
promovidas na Inglaterra. Não há
dúvida que nas 13 colônias havia
uma situação diferenciada, caracterizada pelo "autogoverno" e, no
caso das colônias do norte, por
uma organização socioeconômica voltada prioritariamente para
os interesses locais.
Foi principalmente nessa região
que as idéias liberais, de origem
iluminista, encontraram um terreno fértil para o seu desenvolvimento, somadas à política fiscalista repressiva da metrópole no
século 18.
A Guerra de Independência envolveu setores diferentes da sociedade, assim como interesses variados, e deu origem a um único
país. As antigas colônias estavam
unidas em um único Estado. A
Constituição do país e seus governantes tiveram a preocupação de
preservar a unidade territorial obtida com dificuldades. A garantia
de autonomia dos Estados serviu
para amenizar as principais contradições que os envolviam.
Nas décadas seguintes, desenvolveu-se um sentimento nacionalista que reforçou a unidade do
país: a Segunda Guerra de Independência contra a Inglaterra entre 1812 e 1814; a Doutrina Monroe, contra os interesses recolonizadores do Congresso de Viena,
e a teoria do Destino Manifesto,
que projeta o ideal de civilização e
de progresso do povo norte-americano para justificar a política expansionista para o oeste.
Dica: Estabeleça diferenças entre a Doutrina Monroe e o Destino Manifesto, considerando o
contexto da época.
Claudio B. Recco é coordenador do site
www.historianet.com.br e autor do livro "História em Manchete - O Início do
Século"
Texto Anterior: Geografia: Características do continente africano Próximo Texto: Atualidades: A OMC e o impasse na conferência de Cancún Índice
|