EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA

A África apresenta características geográficas muito interessantes e talvez seja o lugar em que há o maior número de pessoas cujo modo de vida mantém os mais estreitos vínculos com as condições naturais. A posição geográfica africana confere ao continente uma espécie de simetria, muito cobrada nas provas, em que a sucessão de paisagens, seguindo da área equatorial em direção ao norte ou em direção ao sul, é muito parecida.
Partindo da floresta equatorial, passa-se pelas savanas, aquelas paisagens muito focadas pelos documentários sobre a vida dos grandes mamíferos, de vegetação predominantemente arbustiva e herbácea, pequenas árvores e vegetação rasteira -que gradativamente dão lugar aos desertos, do Saara ao norte e do Calaari ao sul, relacionados, respectivamente, com as faixas de alta pressão que ocorrem na região dos trópicos de câncer e de capricórnio.
A desertificação -fenômeno mundial de expansão das terras áridas-, acentuada pela ação humana, ocorre principalmente na porção meridional sul do deserto do Saara e avança sobre a savana em direção à floresta equatorial.
A rede hidrográfica é muito desenvolvida no centro, com destaque para a bacia do Congo, e no sul do continente. O relevo planáltico e escarpado, predominante nessas áreas, faz com que os rios tenham que vencer grandes desníveis em espaços relativamente curtos, dificultando a navegação, mas propiciando um grande potencial hidrelétrico. Salvo exceções como o Nilo, que por nascer em zona mais úmida mantém-se perene quando atravessa o Saara oriental, nas áreas mais áridas, os rios são intermitentes ou temporários.
Outros aspectos da paisagem são o conjunto de depressões ou bacias tectônicas onde se alojam a maioria dos grandes lagos da porção leste e as formações terciárias montanhosas do Atlas no noroeste do continente.