São Paulo, terça-feira, 26 de janeiro de 2010
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CURSINHO

Pré-vestibular oferece ao aluno de praça de alimentação a aula 3D

Cursinhos têm apostado cada vez mais na tecnologia

PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

Tem do caro e do barato, com classe grande ou pequena, de longa ou curta duração, com turmas específicas ou genéricas. Os cursinhos pré-vestibulares têm oferecido cada vez mais opções sob medida para cada candidato.
Tanta oferta, avalia Maria Stella Leite, psicanalista e orientadora profissional da Colmeia, pode ser de grande valia na disputa por uma vaga no vestibular, sobretudo nos mais concorridos. "Apesar de ser pedagogicamente sofrível, porque é uma criação para tapar buracos deixados no ensino médio, o cursinho é muito eficiente, ele funciona", diz.
Para funcionar cada vez melhor, muitos cursinhos incluíram as novas tecnologias em seus métodos pedagógicos.
Afinal, a geração que está prestando vestibular já cresceu convivendo com o computador. Twitter, Facebook, YouTube, nada disso é novidade.
Assim, hoje é raro que o cursinho não tenha um portal recheado com listas de exercícios, resoluções comentadas de questões, resumos e muito material de apoio aos estudos.
O CPV adotou recentemente a ferramenta chamada "blackboard", uma plataforma interativa que oferece aulas on-line, vídeos, listas de exercícios e chats. O recurso foi uma ajuda muito importante no ano passado, quando a volta às aulas do segundo semestre foi adiada em razão da gripe suína.
Já no COC, a tecnologia está dentro das salas de aula. O cursinho está substituindo os quadros negros por lousas digitais, com "touchscreen" (uso através do toque na tela). Além disso, a instituição oferece aulas em três dimensões elaboradas pela editora do COC.
Para Carlos Monteiro, que presta consultoria em planejamento e gestão de instituições de ensino, a utilização das tecnologias da informação nos cursinhos é fundamental. "Isso não é um diferencial positivo, é praticamente uma condição de existência", afirma Monteiro.

Infraestrutura
Não é só na sala de aula e por insumos pedagógicos que os cursos oferecem serviços para facilitar a vida do estudante.
Como os alunos têm passado cada vez mais tempo nos cursinhos, a infraestrutura das instituições tenta tornar agradável ficar ali dias inteiros. Por isso, é comum que as instituições tenham refeitório, copa, lugar para esquentar marmita e espaços para descanso. "Durante um ano, o cursinho tem de ser a extensão da casa do aluno", diz Fábio Rendelucci, do COC.
O Objetivo tem até uma praça de alimentação, com diversas franquias, para agradar a todos os gostos.
Mesmo com tantos serviços e mimos à disposição, a psicóloga e psicopedagoga Lissandra Cianciaruso faz um alerta: "Cursinho ajuda, mas não faz milagre." Prova disso, diz a especialista, são os alunos que conseguem vagas em universidades concorridas mesmo sem ter feito cursinho (leia mais na pág. 4). "Quem não pode pagar está fadado ao insucesso? Claro que não!", diz ela.


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