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ENEM
Prova, em que uma mesma questão aborda mais de uma matéria, também fez subir pontuação na Fuvest
Média do exame 2003 foi a mais alta
DA REPORTAGEM LOCAL
No ano passado, os candidatos
da Fuvest tiveram o melhor
desempenho médio no Enem
desde que a nota do Exame Nacional do Ensino Médio passou a
contar pontos no vestibular. Isso
fez com que, em média, o Enem
dobrasse sua ajuda aos alunos.
No vestibular para ingresso em
2003, os candidatos acertaram
uma média de 40,3 perguntas das
cem da primeira fase da Fuvest.
No último vestibular, a média subiu pouco, indo para 41. Mas a nota média com os pontos do Enem
subiu de 42,44 para 45,58, ou seja,
o exame nacional, que havia ajudado em média 2,14 pontos, passou a ajudar 4,58.
Além dos candidatos da Fuvest,
o desempenho foi maior também
entre os demais inscritos no
Enem. A média de acertos passou
de 34,13% em 2002 para 49,55%.
De acordo com o coordenador
do exame, Dorivan Ferreira, o desempenho melhor não foi devido
a um menor nível de dificuldade.
"Pode dar a impressão de que em
um ano o exame foi mais fácil do
que em outro, mas acredito que
os alunos estão começando a entender o Enem. É uma prova diferente, não é baseada em conhecimentos específicos como os exames que estão acostumados."
Professores de cursinho ouvidos pela Folha discordam de Ferreira. Para eles, o exame de 2003
foi realmente mais fácil do que o
de 2002. "Um crescimento tão
grande na pontuação não pode
ser por conta de um súbito aumento de aprendizagem. A prova
estava mais simples", disse Carlos
Eduardo Bindi, do Etapa. Caio
Sérgio Calçada, do Objetivo, também considera que o exame teve
um grau de dificuldade menor.
Segundo Bindi, se o próximo
Enem voltar a um nível de dificuldade mais alto, os alunos que não
fizeram a prova passada -porque ainda estavam no segundo
ano do ensino médio, por exemplo- serão prejudicados na Fuvest, já que é permitido usar a melhor nota dos dois últimos anos.
O coordenador da Fuvest, Roberto Costa, assume que a possibilidade de usar a nota de dois
exames traz um "estremecimento" na competição, mas diz que a
decisão é do Conselho de Graduação da USP. "Os candidatos têm
de ser comparados com as mesmas provas. Se o Enem mantivesse o mesmo nível, isso não seria
um problema, mas, assim, é um
defeito. É uma atitude paternalista do Conselho de Graduação."
O estudante Samir Sarhat, 18,
que prestará direito, fez a prova
do Enem em 2003 e fará novamente agora. Para ele, o fato de o
exame contar pontos no vestibular é positivo, porque a prova avalia melhor os alunos do que as seleções tradicionais. "Acho o
Enem uma maneira mais eficiente de medir os conhecimentos,
pois cobra raciocínio lógico em
questões multidisciplinares."
De acordo com o coordenador
do Enem, a prova no próximo domingo vai manter o mesmo nível
de exigência da aplicada no ano
passado.
(ANDRÉ NICOLETTI e MAYRA STACHUK)
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