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FÍSICA
A diferença entre eco e reverberação
TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Ao sermos atingidos por uma
onda sonora, o sistema auditivo -formado pelo ouvido externo, médio e interno- amplifica
essa vibração. No ouvido interno,
ela é transformada em impulsos
elétricos e é enviada ao cérebro
por meio do nervo auditivo.
Ocorre que a sensação provocada por um impulso sonoro, como
um grito, não desaparece imediatamente no sistema auditivo. Ela
perdura ainda durante um curto
intervalo de tempo, cerca de um
décimo de segundo (0,1s). Essa
característica é denominada de
remanescência auditiva e é responsável por entendermos a diferença entre eco e reverberação.
Considere uma pessoa que ouve
dois sons provenientes de uma
mesma fonte sonora. O primeiro
som a atinge diretamente e o segundo a alcança após ser refletido
em uma barreira, como uma parede. A reverberação ocorre
quando o observador recebe o segundo som (refletido) antes que
termine a remanescência do primeiro, ocasionando o prolongamento e o aumento da sensação
auditiva. A reverberação é comum em ambientes amplos e
com superfícies lisas. É fácil observar que, quando conversamos
em um apartamento vazio, ocorre
uma superposição dos sons, o que
pode atrapalhar o entendimento.
A presença de móveis, tapetes e
cortinas absorve a energia transportada pelas ondas sonoras e diminui a reverberação.
O eco, por sua vez, ocorre quando os dois sons (direto e refletido)
são percebidos distintamente,
pois, quando o som refletido atinge o observador, a remanescência
do primeiro já se extinguiu. Dessa
forma, o intervalo de tempo entre
a chegada do som direto e do refletido é superior a 0,1s.
Sabemos que a velocidade do
som no ar, à temperatura de 15C,
é cerca de 340m/s. Como a onda
sonora se propaga com velocidade constante conclui-se
que para uma pessoa perceber o
eco de sua própria voz é necessária uma distância mínima de 17m
entre ela e o anteparo, onde o som
é refletido.
O fenômeno do eco tem uma interessante utilização prática. Por
meio de um instrumento denominado sonar, acoplado em navios pesqueiros, pode-se detectar
a profundidade dos cardumes e,
em navios de pesquisa, medir a
profundidade dos mares e localizar objetos submersos. Um pulso
ultra-sônico de vibração de alta
freqüência é enviado ao obstáculo, que o reflete de volta ao aparelho. Medindo o intervalo de tempo entre a emissão e a recepção, é
possível determinar a distância
entre o obstáculo e o sonar.
Tarso Paulo Rodrigues é professor e
coordenador de física do Colégio Augusto Laranja e da Nova Escola
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