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CARREIRA
Tradutor lida muito com termos técnicos de línguas estrangeiras
Artigos médicos são alguns dos textos com os quais o profissional trabalha
DA REPORTAGEM LOCAL
Todo idioma tem suas expressões populares e gírias,
que, se fossem traduzidas ao pé
da letra, ficariam incompreensíveis ou até cômicas. Para
achar o melhor correspondente na outra língua, o trabalho
de um tradutor é essencial por
estar familiarizado com termos estrangeiros. Conhecer as
características de uma outra
língua exige estudo e pesquisa.
Além de buscar a melhor maneira para transmitir a idéia
principal das falas de filmes estrangeiros para, no nosso caso,
o português, o tradutor também passa para outra língua livros e relatórios jurídicos, médicos, esportivos, textos escolares e outros documentos.
No Brasil, há cerca de 30 cursos de formação para tradutores, que podem trabalhar em
diversas áreas, desde ONGs até
grandes empresas.
O mais comum são os tradutores freelancers, ou seja, sem
vínculo empregatício. Mas há
alguns escritórios que possuem um departamento de tradução, como ocorre no Pinheiro Neto Advogados, que tem
um setor com sete tradutores
exclusivos, que trabalham com
textos jurídicos.
A aluna da PUC-SP Rheni
Victório, 24, prefere ser freelancer. Ela juntou duas áreas
de que gostava e hoje trabalha
com tradução jornalística.
"Pensava em prestar jornalismo, mas sempre tive jeito para
o inglês", diz ela, que aprendeu
a língua estrangeira sozinha.
Hoje, presta serviço para uma
agência de notícias norte-americana trabalhando em casa.
"Computador e dicionários são
as minhas ferramentas."
Na PUC-SP, o curso tem duração de quatro anos. Uma novidade para 2009 é que o curso
deve voltar ao que era até o ano
passado, quando o vestibulando prestava letras em inglês e,
ao final do primeiro ano, escolhia graduar-se em tradução.
Os alunos que ingressaram
neste ano só tinham como opção licenciatura em inglês e depois habilitação em tradução.
"Vimos que este processo não
deu certo", afirma Reynaldo
Pagura, que é tradutor e chefe
do departamento de inglês da
universidade.
Outra mudança que ocorreu
foi o fim, a partir deste ano, dos
cursos de tradução em francês
e em espanhol. "Não havia público para estas línguas."
Tradução juramentada
Uma área que o profissional
pode seguir é a da tradução juramentada. Para seguir essa
carreira, o tradutor deve realizar uma prova oferecida pelas
juntas comerciais dos Estados.
A diferença do tradutor para o
tradutor juramentado é que o
segundo trabalha com documentos oficiais e não pode ser
ligado a nenhuma empresa.
O valor cobrado pelos dois tipos de tradutor é o mesmo: no
Estado de São Paulo, R$ 25 por
uma lauda simples, que são 25
linhas datilografadas ou mil toques no computador sem contar os espaços em branco.
Já um texto especial, como o
de documentos jurídicos ou
científicos, sai por R$ 35 a lauda. No entanto, em caso de urgência -quando o cliente precisa do texto traduzido em um
dia -, o valor pode dobrar.
Uma área do mercado que está em crescimento é a de legendagem. Com canais de televisão
estrangeiros entrando no país,
o tradutor tem mais oportunidades de trabalho.
"O trabalho do tradutor possibilita a disseminação das
mais recentes descobertas de
diversos conhecimentos", diz
Marilei Amadeu Sabino, coordenadora da Unesp, a única
instituição pública paulista que
oferece o curso, segundo o
MEC.
(LUISA ALCANTARA E SILVA)
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