São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2004
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ATUALIDADES

A Europa dos 25 e o fim da "cortina de ferro"

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

A União Européia (UE) recebeu a adesão de dez novos Estados e colocou fim à divisão do continente imposta pela Guerra Fria. Decretou também o sepultamento da "cortina de ferro", máxima que ganhou projeção nas palavras de Winston Churchill em março de 1945, quando, em um discurso nos EUA, anunciou a divisão da Europa: "De Stettin, no Báltico, a Trieste, no Adriático, uma "cortina de ferro" desceu sobre o continente", profetizava o ex-premiê britânico, apreensivo ante o risco da expansão comunista.
Os novos membros da Europa dos 25 são: Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia, ex-integrantes do Pacto de Varsóvia, a aliança militar comunista comandada por Moscou. Também passam a pertencer ao grupo Estônia, Letônia e Lituânia, que eram parte da ex-União Soviética, com a Eslovênia, uma antiga república da Iugoslávia. Para completar a expansão do bloco, aderiram as ilhas mediterrâneas de Malta e parte de Chipre (apenas a administrada pelos gregos cipriotas).
O avanço em direção ao leste transforma a União Européia em um importante bloco econômico, com um PIB (Produto Interno Bruto) próximo dos US$ 12 trilhões, superando o norte-americano. Com a chegada de 75 milhões de novos habitantes, a Europa dos 25 terá uma população estimada em 455 milhões de consumidores.
A vitória maior dessa ampliação foi anunciada pelas palavras do ex-chanceler alemão Helmut Kohl, por ocasião da celebração do novo bloco. "A mensagem é que nunca mais haverá guerra na Europa", disse, reafirmando o papel essencial da integração comercial no fortalecimento das relações e na consolidação da democracia na Europa.
É inegável que a incorporação de novas nações à UE enfrentará grandes obstáculos, principalmente referentes à reestruturação econômica. Os novos participantes terão que receber vultuosos investimentos em infra-estrutura e ajuda financeira para reduzir as desigualdades em relação aos antigos membros. Resta saber se esses países, aprendizes da democracia e aspirantes à "zona do euro", se integrarão de fato a essa nova Europa, mais livre e próspera do que aquela da Guerra Fria.


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br


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