DA REPORTAGEM LOCAL

As áreas que surgirão no futuro não podem ser previstas, o que impossibilita se especializar hoje em algo que amanhã possa ser promissor. O que é possível fazer é estar preparado para absorver os conhecimentos necessários para os futuros campos. Para isso é importante ter formação geral sólida.
"Recomendo aos jovens ter uma competência básica bem sólida -coisas como linguagem escrita, falada e bem entendida, domínio de matemática, informática e inglês-, capacitando a pessoa a assimilar o que virá", disse Roberto Macedo, professor de economia da USP e autor do livro "Seu Diploma, Sua Prancha" (ed. Saraiva, 260 págs., R$ 33).
Para explicar, ele faz uma analogia com o surfe. "Os jovens irão surfar no mercado de trabalho tendo o seu diploma como prancha, mais as suas habilidades, mas sem saber bem as ondas de oportunidades que virão. Por isso o melhor é ser flexível e estar preparado para surfar as ondas que vierem e nas várias praias profissionais que surgirem. Quem fica em uma única praia e busca poucos tipos de onda tem menos oportunidades de surfar."
Tendo uma base sólida, o próprio profissional conseguirá buscar outras informações, o que é ainda mais necessário em novas áreas, que requerem, muitas vezes, conhecimentos de campos diferentes. Alguém que vai trabalhar com informática médica, por exemplo, terá de saber pelo menos um pouco de biológicas e de computação.
Para isso o papel da faculdade, de acordo com a psicóloga da UFSC Dulce Helena Penna Soares, deve ser o de um "centro de formação da mente e de uma visão crítica do mundo".
"A faculdade, mais do que dar treinamento técnico, deve abrir a cabeça do estudante, promovendo seu desenvolvimento intelectual, para que ele, eventualmente, possa até criar uma nova área de atuação dentro de sua profissão", disse ela.


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