São Paulo, terça-feira, 27 de outubro de 2009
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entrevista

"Ciclo básico é útil para cursos complexos"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Membro do Conselho Nacional de Educação e vice-reitor da Universidade Candido Mendes, no Rio, Edson Nunes vê o surgimento de bacharelados interdisciplinares de forma positiva. O educador diz que as universidades precisam ser modernizadas. "Há uma profissionalização excessiva no Brasil."

 

FOLHA - O sr. vê vantagem em um curso com ciclo básico?
EDSON NUNES -
A reforma [universitária] de 1968 já previa cursos com ciclo básico, mas não foi adiante porque as universidades estão estruturadas como uma organização de faculdades isoladas. Hoje, o ciclo básico é muito útil para cursos complexos, como engenharia. Para áreas sociais, como direito, seria mais complicado.

FOLHA - Há universidades criando bacharelados interdisciplinares mais curtos.
NUNES -
Universidades como a UFABC já nasceram mais modernas, pois não estão ligadas a profissões regulamentadas. O país confunde habilitações novas com profissões novas. Há 43 profissões regulamentadas no ensino superior, mas nem metade dos egressos trabalha em sua área de origem. Isso quer dizer que as pessoas ocupam funções mais genéricas, que não são de fato profissões. O mercado já fez a reforma universitária. Há uma profissionalização excessiva no país.

FOLHA - Os críticos aos bacharelados dizem que a formação fica mais pobre.
NUNES -
De fato empobrece um pouco a formação mais específica, mas enriquece a fundamental.


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