São Paulo, terça-feira, 27 de outubro de 2009
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CICLO BÁSICO

Escolha de carreira pode ser no vestibular

Em cursos da Poli-USP, da USP Leste e da Unifesp, disciplinas específicas são dadas após ciclo básico

NATÁLIA SOARES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em algumas faculdades, o ciclo básico não adia a escolha pela carreira, que deve ser feita no vestibular, mas permite que o aluno curse as disciplinas básicas com colegas de outras carreiras afins. É o caso, por exemplo, dos cursos da Poli-USP, da Unifesp da Baixada Santista e da USP Leste.
Para esses alunos, o ciclo básico pode dar a impressão de retardar a entrada na área escolhida. Mas, na opinião de professores e coordenadores, ele proporciona uma visão geral das graduações da mesma área e fortalece a formação básica.
Na Poli, o estudante pode fazer até três opções no vestibular. O primeiro ano é comum a todos. Ao final, é feita a opção pela habilitação, com base nas notas obtidas. A exceção é para quem quiser produção, mecatrônica ou computação. Nesses casos, a escolha se dá no vestibular e, após o ciclo básico, os alunos entram direto na habilitação, sem depender da nota.
"A proposta [do ciclo básico] é fazer uma unificação dos conhecimentos em alto nível das disciplinas, principalmente matemática, física e química, oferecendo uma formação sólida. Para se manter atualizado, um engenheiro precisa aprender sempre, e isso exige uma base muito boa das disciplinas fundamentais", afirma Ivan Faleiros, diretor da escola.
Os dez cursos oferecidos pela USP Leste, na Escola de Ciências e Humanidades, vão de gerontologia a moda, passando por marketing e gestão ambiental. Todos eles, no entanto, oferecem as mesmas matérias no primeiro ano, com disciplinas introdutórias de cada área, além de aulas como cidadania e multiculturalismo.
Apesar de, no início, receber reclamações de alguns alunos, a coordenadora do ciclo básico, Patrícia Junqueira, diz que depois eles reconhecem a importância do ciclo básico.
"Alguns estudantes estranham no começo, mas depois veem a experiência como positiva. Consideramos essa perspectiva interdisciplinar muito importante, pois dá ao aluno as diferentes dimensões sociais da sua futura profissão."
Para o pró-reitor adjunto de graduação da Unifesp e diretor acadêmico do campus da Baixada Santista, Nildo Alves Batista, um dos objetivos do ciclo básico é o de desenvolver a noção do trabalho em equipe.
Nesse campus da federal, os alunos de fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, nutrição e educação física estudam juntos até o fim do segundo semestre. Neste ano, serviço social entrou no grupo. "Na área de saúde, é importantíssima essa formação integrada, pois eles vão trabalhar juntos quando se formarem."


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