São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2010
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PREÇO DA PROVA

Gasto com inscrição chega a R$ 445 em SP

Alunos que fazem vestibular em outros Estados gastam até R$ 3.000 em transporte, alimentação e hospedagem

THIAGO AZANHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Fazer vestibular, além de gasto de forças e energia, também pode significar dispêndio de dinheiro.
O aluno que faz o Enem e os quatro grandes vestibulares de SP -Unesp, Unicamp, Unifesp e USP- gasta R$ 445 só com taxa de inscrição.
Se, nessa conta, entrarem também provas para as faculdades particulares, a despesa sobe mais. Entre os vestibulares mais procurados da cidade, tem Insper e FGV (ambos R$ 180), ESPM (R$ 130), PUC (R$ 120), Cásper (R$ 115) e Mackenzie (R$ 75).
Mas como vida de vestibulando não é fácil, é muito comum que candidatos a cursos concorridos busquem opções fora do Estado.
Nesses casos, é bom mesmo preparar o bolso. Gastos com inscrição, deslocamento, hospedagem e comida podem passar dos R$ 3.000.
Para chegar a esse valor, o "Fovest" cotou preços em opções econômicas de hotéis, voos e ônibus. Para alimentação, atribuiu o valor diário de R$ 50 como custo médio.
Contabilizando apenas a viagem da primeira fase, se o aluno quiser fazer mais três vestibulares fora do Estado, como na UEM (estadual de Maringá), Uerj (estadual do Rio) e UFRGS (federal do RS), o valor chega a R$ 2.816,52.

MEDICINA
A vestibulanda de medicina do cursinho CPV Carolina de Castro Mioni, 20, tem 12 vestibulares na sua agenda de novembro a fevereiro. Além das provas em SP, ela viajará para a Bahia, Minas, Paraná e Santa Catarina.
"O investimento é alto. Já gastei mais de R$ 1.000 só com inscrições na UFBA, UEM, USP, Unifesp, UFTM e outras. Mas acredito que valerá a pena com a chegada dos resultados", afirma.
André Pimentel, 24, está no terceiro ano do cursinho Etapa e quer prestar 12 vestibulares para medicina entre instituições públicas e privadas. Estima gastar mais de R$ 3.300 com inscrição, transporte e acomodação.
Entre seus destinos "fora do normal, por causa do desespero", estão Manaus (AM) e Porto Velho (RO).
"É legal ver que estou tentando e correndo atrás, mesmo que longe de São Paulo. Dá mais gás no fim do ano prestar diversos vestibulares", afirma André.

ISENÇÕES
Para ajudar no custeio, as universidades concedem isenção da taxa de inscrição para alunos carentes.
Mas há auxílios que vão além de não pagar a inscrição. Na UFSM (federal de Santa Maria), a instituição ajuda viajantes a achar a acomodação mais barata.
Cerca de 200 famílias da cidade, por meio de uma ação com a Coperves (Comissão Permanente do Vestibular), oferecem suas casas aos alunos a um preço acessível.
É o caso de Honório Nascimento, 62, funcionário da UFSM que, há 12 anos, abriga em casa até 30 vestibulandos na época das provas. Ele conta que começou a abrir as portas de casa ao perceber que os estudantes tinham dificuldade para se instalar na cidade no período de prova.
Segundo ele, a maioria dos estudantes são de SP, PR e SC. Cada um paga R$ 300 por casa e comida pelos três dias de prova. O anfitrião diz nunca ter tido problemas, mas que as regras são estabelecidas desde o primeiro dia.
"No último dia, ofereço um legítimo churrasco gaúcho para os guris", afirma.


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