DA REPORTAGEM LOCAL

Nem só situações tidas como ruins, como uma prova, causam reações de estresse no organismo. Além desse tipo, chamado de distresse, há o causado por eventos considerados bons -mas que também causam modificações no organismo- e que é chamado de eustresse. Ao ver seu nome em uma lista de aprovados, por exemplo, é bem provável que seu coração dispare, sua respiração fique mais rápida e a pessoa comece a suar. Isso também acontece em maus momentos.
Em todos os casos, o estresse é uma modificação do organismo para se adaptar a um estímulo externo. Em caso de perigo, por exemplo, com o aumento dos batimentos cardíacos, mais sangue chega ao cérebro e aos músculos, favorecendo uma possível fuga ou enfrentamento do problema.
"Estresse não é necessariamente algo que vem de um estímulo ruim e que causa efeitos ruins. O estresse é uma adaptação necessária do organismo. Quando alguém é xingado no trânsito, é preciso ter um aumento de sua capacidade cognitiva, para controlar a situação, e uma maior capacidade muscular, para uma possível briga. Isso é conseguido com o aumento dos batimentos cardíacos", disse Telma Spera de Andrade, psicobióloga da Unesp.
Essas adaptações são causadas imediatamente após um estímulo externo pelo sistema nervoso autônomo. Para manter essas modificações, o sistema endócrino entra em ação. O hipotálamo estimula a hipófise que, por sua vez, estimula as glândulas supra-renais, produzindo hormônios como o cortisol e a adrenalina.
Quando esses eventos são constantes e, portanto, o organismo tem de se manter "adaptado", começam a surgir outros problemas, como a queda de imunidade. "O estresse agudo, que dura minutos ou horas, pode até ser imunoestimulante, mas, quando passa a ser crônico, persistindo por dias, ou mesmo meses, suprime as funções imune", disse José Maurício Sforcin, professor de imunologia da Unesp.


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