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SAIBA MAIS
FÍSICA
A poderosa energia nuclear: fissão e fusão
TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
A descoberta da radioatividade
por Antoine-Henri Becquerel,
físico francês, em 1896, confirmada pelo casal Curie (Pierre e Marie) alguns anos depois, fez os três
serem laureados com o Prêmio
Nobel de Física de 1903.
Os cientistas verificaram que
todos os sais de urânio impressionavam chapas fotográficas envoltas em papel preto e concluíram
que o responsável pelas emissões
era o próprio urânio. A partir
daí, os estudos se voltaram ao
núcleo do átomo -a fonte dessa
radiação.
A energia liberada nas transformações nucleares é realizada por
meio de dois processos fundamentais: a fissão e a fusão nucleares. A fissão nuclear é a quebra de
núcleos grandes em núcleos menores, e a fusão é a união de núcleos pequenos que formarão núcleos maiores. Um bom exemplo
é a imensa energia que o Sol e outras estrelas liberam por meio da
fusão de átomos de hidrogênio
para formar um núcleo de hélio,
mais estável. Esse processo pode
liberar, por unidade de massa,
energia até dez vezes maior que o
de uma fissão nuclear, porém se
torna de difícil execução, pois exige temperaturas altíssimas!
Atualmente há vários tipos de fissão nuclear, sendo a da ruptura
dos núcleos de átomos do urânio-235 a mais conhecida. Na reação,
nêutrons bombardeiam os núcleos de urânio, que se rompem
em núcleos menores e liberam
outros nêutrons, que por sua vez
poderão "quebrar" outros núcleos de urânio vizinhos, e assim
sucessivamente, originando uma
reação em cadeia. A energia proveniente dessa reação pode ser
controlada e aproveitada, como
em uma usina nuclear, gerando
eletricidade, ou utilizada de forma
destrutiva, para fins bélicos.
Em 6 de agosto de 1945, a humanidade testemunhou, pela primeira vez, a imensa capacidade
destrutiva da energia contida nos
núcleos atômicos. Naquela data,
os americanos lançaram sobre a
cidade de Hiroshima a primeira
bomba atômica. Porções de urânio-235 foram reunidas por meio
de um detonador que explodiu
sobre a cidade, formando a "massa crítica" necessária para desencadear a reação em cadeia, com
uma devastadora liberação de
energia. Sua potência era de 20
quilotons, equivalente a 20 mil toneladas de TNT, o que foi "suficiente" para arrasar a cidade e
matar 120 mil pessoas em poucas
horas! Talvez por esse motivo
Einstein afirmou: "Só existem
duas coisas infinitas: o Universo e
a estupidez humana. E eu não tenho certeza sobre a primeira".
Tarso Paulo Rodrigues é professor e
coordenador de física do Colégio Augusto Laranja e da Nova Escola
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