DA REPORTAGEM LOCAL

A busca por estudantes que saibam se expressar claramente é o que faz com que o vestibular da Unicamp valorize a interpretação de textos, sem deixar de dar importância a outros conhecimentos. Isso é o que disse para a Folha o coordenador do exame, Leandro Tessler.
 

Folha - Por que a Unicamp valoriza tanto a capacidade de leitura?
Leandro Tessler - O vestibular da Unicamp busca selecionar alunos com um perfil bem definido: que sejam capazes de expressar-se com clareza, de organizar suas idéias, de estabelecer relações, que demonstrem capacidade para interpretar dados e fatos, que sejam capazes de elaborar hipóteses e que dominem os conteúdos do ensino médio. Só candidatos com boa capacidade de leitura conseguem encaixar-se no perfil.

Folha - O aumento de textos e a diminuição do número de questões de gramática e literatura são uma tendência?
Tessler - Eu não diria isso. Há muitos anos o vestibular da Unicamp tem ênfase na interpretação de textos, e não estamos aumentando seu espaço em detrimento das de gramática e de literatura.

Folha - Só com um bom raciocínio e uma boa leitura, consegue-se ser aprovado?
Tessler - De forma nenhuma. A interpretação não aparece em detrimento do conteúdo. Basta olhar as provas dos anos anteriores para constatar que o conteúdo abordado no ensino médio está sempre presente. Raciocínio e boa leitura são ingredientes importantes de um bom candidato, mas um conhecimento geral dos conteúdos é fundamental.

Folha - Mais do que em português, a substituição da gramática pura por textos fica mais clara nas provas de inglês. Por que isso?
Tessler - A mensagem que está implícita é que há pouco sentido em memorizar regras de gramática. O importante é que o candidato consiga ler um texto em língua estrangeira e, na medida do possível, interpretá-lo.


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