São Paulo, quarta-feira, 01 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POLÍTICA

Mendonça fala da substituta

Ex-secretário reconhece falhas na área cultural

DA REPORTAGEM LOCAL

Marcos Mendonça, que deixou o cargo de secretário da Cultura de SP ontem, diz acreditar que sua substituta, Cláudia Costin, tenha sido escolhida para focar um aspecto que ele afirma não ter conseguido resolver: a organização administrativa da secretaria.
"Nesses oito anos, vejo que a secretaria teve uma trajetória de crescimento, mas não tem uma infra-estrutura administrativa adequada. A Cultura não pode ter o mesmo tratamento de outras áreas do Estado. Não tem sentido, por exemplo, um músico só poder ser contratado como funcionário público. A gente não conseguiu encaminhar isso no âmbito do governo. Ela [Cláudia Costin] estará focada nisso", afirmou Mendonça à Folha, anteontem, horas depois de o governador Geraldo Alckmin ter anunciado que ele seria substituído na pasta.
Mendonça tem mandato como deputado estadual até março deste ano. No ano passado, decidiu não se candidatar novamente e espera ser recolocado em alguma função no governo.
Há rumores de que ele iria presidir a TV Cultura. Ele ri: "Não sei de onde vem essa história. Se souber, me diga, por favor". Sobre o assunto, a assessoria da TV Cultura afirma que Jorge da Cunha Lima foi eleito pela Fundação Padre Anchieta (que administra a emissora) e seu mandato vai até 2004.
Mendonça também não diz se tem ou não planos de se candidatar à prefeitura, em 2004. "Sou político, pertenço a um partido [PSDB] e estou à disposição dele."

Orçamento
A nova secretária de Cultura, Cláudia Costin, mestre em economia pela Fundação Getúlio Vargas de SP, terá de lidar com um orçamento de R$ 107,4 milhões, aprovado para 2003. "Ainda não tive tempo de me aprofundar nisso. Gosto de olhar os números direitinho. Imagino que um dos motivos pelos quais o governador pensou em meu nome está associado à questão de gestão", afirmou Costin anteontem à Folha, horas após ter seu nome anunciado por Geraldo Alckmin.
Há duas semanas, quando o orçamento foi aprovado, Mendonça deu uma entrevista à Folha sobre o assunto. "O orçamento da secretaria é pequeno, mas é um resultado das dificuldades orçamentárias do Estado. É preciso ter recursos extra-orçamentários, como a Loteria da Cultura, que será implantada em 2003."
(LAURA MATTOS)


Texto Anterior: Música: 2002: ano em que o pop perdeu popularidade
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.