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POLÍTICA
Mendonça fala da substituta
Ex-secretário reconhece falhas na área cultural
DA REPORTAGEM LOCAL
Marcos Mendonça, que deixou
o cargo de secretário da Cultura
de SP ontem, diz acreditar que sua
substituta, Cláudia Costin, tenha
sido escolhida para focar um aspecto que ele afirma não ter conseguido resolver: a organização
administrativa da secretaria.
"Nesses oito anos, vejo que a secretaria teve uma trajetória de
crescimento, mas não tem uma
infra-estrutura administrativa
adequada. A Cultura não pode ter
o mesmo tratamento de outras
áreas do Estado. Não tem sentido,
por exemplo, um músico só poder ser contratado como funcionário público. A gente não conseguiu encaminhar isso no âmbito
do governo. Ela [Cláudia Costin]
estará focada nisso", afirmou
Mendonça à Folha, anteontem,
horas depois de o governador Geraldo Alckmin ter anunciado que
ele seria substituído na pasta.
Mendonça tem mandato como
deputado estadual até março deste ano. No ano passado, decidiu
não se candidatar novamente e
espera ser recolocado em alguma
função no governo.
Há rumores de que ele iria presidir a TV Cultura. Ele ri: "Não sei
de onde vem essa história. Se souber, me diga, por favor". Sobre o
assunto, a assessoria da TV Cultura afirma que Jorge da Cunha Lima foi eleito pela Fundação Padre
Anchieta (que administra a emissora) e seu mandato vai até 2004.
Mendonça também não diz se
tem ou não planos de se candidatar à prefeitura, em 2004. "Sou político, pertenço a um partido
[PSDB] e estou à disposição dele."
Orçamento
A nova secretária de Cultura,
Cláudia Costin, mestre em economia pela Fundação Getúlio Vargas de SP, terá de lidar com um
orçamento de R$ 107,4 milhões,
aprovado para 2003. "Ainda não
tive tempo de me aprofundar nisso. Gosto de olhar os números direitinho. Imagino que um dos
motivos pelos quais o governador
pensou em meu nome está associado à questão de gestão", afirmou Costin anteontem à Folha,
horas após ter seu nome anunciado por Geraldo Alckmin.
Há duas semanas, quando o orçamento foi aprovado, Mendonça
deu uma entrevista à Folha sobre
o assunto. "O orçamento da secretaria é pequeno, mas é um resultado das dificuldades orçamentárias do Estado. É preciso ter
recursos extra-orçamentários, como a Loteria da Cultura, que será
implantada em 2003."
(LAURA MATTOS)
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