|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FILMES
TV ABERTA
Trapaça move "A Montanha dos Sete Abutres"
Dumbo
SBT, 12h25.
EUA, 41. Direção: Ben Sharpsteen.
Animação clássica sobre o elefante que é
alvo de gozações em circo por ter longas
orelhas. Mais tarde, ele ganhará a
amizade de um ratinho e descobrirá que
seu "defeito" tem suas vantagens:
abanando-as, ele começa a voar.
Os Dois Ladrões
Cultura, 15h30.
Brasil, 60, 85 min. Direção: Carlos Manga.
Com Oscarito, Cyll Farney. Mão Leve
compõe com seu parceiro Jonjoca a
dupla de ladrões que tira dos ricos para
dar aos pobres. Grande momento: a cena
em que Oscarito imita os gestos de Eva
Todor, como se fosse seu espelho (cena
roubada de "O Diabo a Quatro", mas nem
por isso menos bem feita). P&B.
Rádio Flyer
Record, 18h.
(Radio Flyer). EUA, 92, 114 min. Direção:
Richard Donner. Com Elijah Wood,
Joseph Mazzello. Crianças que mudam
com a mãe para a Califórnia, depois que
ela se separa do marido, não conseguem
se acostumar com a nova vida, nem com
as crianças do local. Nem seu mundo de
fantasia se mantém intacto, devido à
interferência maligna do padrasto
(Baldwin). Trabalho honesto.
Donnie Brasco
Bandeirantes, 20h30.
EUA, 97, 126 min. Direção: Mike Newell.
Com Al Pacino, Johnny Depp. Donnie
Brasco é o agente que ganha a confiança
do mafioso Pacino e se introduz na
Máfia. O filme é baseado em fatos
ocorridos durante os anos 70, quando o
FBI estava dando um aperto daqueles
nos mafiosos, e tem um Pacino em dia de
Dustin Hoffman, ou seja,
superinterpretando seu personagem.
Mr. Nice Guy - Bom de Briga
SBT, 22h.
(Mr. Nice Guy). Hong Kong, 98, 88 min.
Direção: Samo Hung Kam-Bo. Com Jackie
Chan, Richard Norton. Cozinheiro recebe
em suas mãos uma fita de vídeo que
interessa a muita gente, e gente
violenta. Como o cozinheiro é Jackie
Chan, expert em artes marciais, ele está
como peixe n'água. E tem em mãos uma
receita adequada para suas aventuras.
Missão - Resgate Impossível
Globo, 23h45.
(Behind the Enemy Lines). EUA, 96, 90
min. Direção: Mark Griffiths. Com
Thomas Ian Griffith, Chris Mulkey. CIA faz
ex-marine voltar ao Vietnã, na tentativa
de libertar companheiro que, no
passado, em missão, ficou preso atrás da
linha inimiga.
A Montanha dos Sete Abutres
Bandeirantes,0h.
(Big Carnival). EUA, 51, 112 min. Direção:
Billy Wilder. Com Kirk Douglas, Jan
Sterling. Repórter reduzido a trabalho
num jornal do Novo México (ou seja,
bem periférico) tem nas mãos o caso de
um trabalhador preso no desabamento
de uma mina. Para que o caso renda o
bastante para ele voltar a um grande
jornal, ele levará às últimas
conseqüências a arte da trapaça. Um
bom Billy Wilder (não um dos maiores).
Ainda assim, destaca-se. P&B.
Nosso Tipo de Mulher
Globo, 2h15.
(She's the One). EUA, 96, 96 min. Direção:
Edward Burns. Com Jennifer Aniston,
Edward Burns. Primeiro filme de Burns
após a bem-sucedida estréia em "Os
Irmãos McMullen". Aqui, dois irmãos, um
taxista e um executivo, envolvem-se em
complicações amorosas: o primeiro, com
uma garota prestes a voar para Paris; o
segundo, com uma que já foi noiva do
irmão e agora está casada.
(IA)
TV PAGA
"Vinhas da Ira" supera pobreza da América
INÁCIO ARAUJO
CRITICO DA FOLHA
Aquele caminhãozinho de
"As Vinhas da Ira" é inútil
tentar reproduzi-lo, imitá-lo, contestá-lo. Ele é único. Ele balança
pelas estradas, carregando a família do fazendeiro falido, mais as
poucas posses que sobraram.
Estamos na Depressão que, nos
anos 30, sucedeu o crack da Bolsa.
Como aqui, todo mundo se deu
mal, só os bancos se deram bem
(a diferença é que aqui a coisa é
permanente): executaram as hipotecas e deixaram o país na mão.
O filme é de 1940, o governo
Franklin Roosevelt estava implantado há anos, a guerra estava
para estourar e a Depressão finalmente parecia debelada.
Ainda assim, pode-se dizer que
John Ford lidava com a atualidade. Hoje virou história, mas era o
dia-a-dia. E Ford tinha uma ética
humanista precisa: era contra os
bancos e banqueiros e a favor dos
homens simples. Basta ver "No
Tempo das Diligências": o escroque é o banqueiro. E o que aconteceu quando resolveu abrir sua
própria produtora e ter o controle
sobre seus filmes: logo descobriu
que o controle dos produtores
não era grande coisa, pois submetido ao dos banqueiros de Nova
York. Então, fechou a produtora e
voltou a trabalhar como empregado, o mesmo espírito independente de antes.
O rosto dos banqueiros jamais
inspiraria John Ford. O dos pobres da Depressão, sim: essa gente
é que faz a América ser a América,
não os ricaços, não os aproveitadores. Dessa convicção nasce a
força singular do caminhãozinho
(caminhão humanizado, pois tem
a feição e as dores de seus donos).
Poderia ser detestável, mas não
é. Quando vemos imagens da
gente da Depressão (Lars von
Trier as usa em "Dogville"), elas
não são mais verdadeiras que os
seres de ficção de John Ford. Ou
antes, os seres de ficção de John
Ford não são menos verdadeiros
que o registro documental. Não
são arte. De certa forma estão
além da arte.
AS VINHAS DA IRA. Quando: hoje, às
22h, no Telecine Classic.
Texto Anterior: Astrologia Próximo Texto: José Simão: Buemba! Lula compra uma churrasqueira voadora! Índice
|