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TEATRO
Entre as peças em cartaz na cidade está "Hurlyburly", com Ethan Hawke e Parker Posey no elenco
Hollywood vai aos palcos de NY
LUCIANA COELHO
DE NOVA YORK
Enquanto os espectadores se dirigem para suas cadeiras no pequeno Acorn Theater, em Nova
York, uma bunda os contempla
do palco. O dono, cujo rosto jaz
entre as almofadas de um sofá, é o
ator Ethan Hawke. E os glúteos
em questão, fetiches à parte, são
apenas uma das atrações da temporada teatral novaiorquina a colocar o espectador a míseros metros de Hollywood.
Hawke está em cartaz com
"Hurlyburly" (alvoroço), comédia cáustica do americano David
Rabe escrita e ambientada na década de 80. Tem como colega de
cena Parker Posey, queridinha do
cinema independente nos anos
90. Vê-los contracenar no palco
com um bom texto em mãos torna perdoável seus últimos créditos cinematográficos (ele protagoniza "Assalto à 13ª DP"; ela esteve em "Blade: Trinity" e "Tudo
para Ficar com Ele").
A peça foca o relacionamento
de quatro amigos cuja vida é um
emaranhado de situações extremamente abusivas regadas a drogas, álcool e sexo.
Hawke é Eddie, que divide o
apartamento com Mickey (o excelente Josh Hamilton, cujo rosto
é familiar ao público pelas participações em seriados como "Sex
and the City" e "Third Watch").
Posey é Darlene, a "namorada-dinamite" de Eddie (nas palavras
dele) que resolve fazer um test-drive com Mickey. Em 1998 houve uma versão para o cinema com
Sean Penn, Kevin Spacey e Robin
Wright Penn.
"Hurlyburly" está na chamada
off-Broadway. Não se deixe enganar pela nomenclatura: ela pouco
tem a ver com a localização geográfica do teatro (nesse caso, encravado no distrito teatral de Manhattan) e indica salas com menos de 500 e mais de cem poltronas; salas com mais de 500 poltronas são consideradas "Broadway", e com menos de cem, "off-off-Broadway".
Embora as produções off-Broadway tenham ingresso mais
baratos, não se tratam de encenações de segunda linha. Era off-Broadway, por exemplo, que estava em cartaz até janeiro a ótima
"A Second Hand Memory", escrita e dirigida por Woody Allen.
Compra antecipada
Um elenco numeroso e cenários
grandiosos, no entanto, exigem
um palco maior (e um ingresso
bem mais caro). As platéias, por
sua vez, não costumam decepcionar -a despeito da maior disponibilidade de cadeiras, encontrar
um ingresso exige planejamento
meticuloso.
"Spamalot", uma das peças
mais aguardadas da temporada,
estréia no próximo dia 14. Um
mês antes já não era possível encontrar ingressos na platéia principal para as duas primeiras semanas do espetáculo, cujas sessões vão de segunda à sábado.
A encenação é inspirada no brilhante "Monty Python e o Cálice
Sagrado". As canções são do ex-Python Eric Idle, e sob a direção
de Mike Nichols ("Angels in
America") estão Tim Curry ("As
Panteras"), Hank Azaria (de
"Godzilla" e a voz de boa parte
dos personagens de "Os Simpsons") e David Hyde Pierce (o Niles da série "Frasier").
Fevereiro e março, aliás, são
marcados pelas grandes estréias
(veja quadro nesta página). Nesses meses, será possível ver nos
palcos gente como Denzel Washington, Jessica Lange e Kathleen
Turner encenar de Shakespeare a
Tennessee Williams.
Para quem pretende visitar a cidade nos próximos meses e não
tem problemas com a língua, é recomendável comprar os ingressos de antemão, usando o cartão
de crédito e a internet.
Sites como o Telecharge
(www.telecharge.com), o Ticket
Central (www.ticketcentral.com)
e o Ticket Master (www.ticketmaster.com) funcionam como
bilheterias eletrônicas por uma
taxa que gira em torno de US$ 5
(R$ 13) por ingresso. Para obter
informações sobre as peças, vale
consultar o Playbill (www.playbill.com).
Para quem topa arriscar, o Fundo para o Desenvolvimento do
Teatro (www.tdf.com) vende ingressos para o dia da apresentação com descontos que vão de
25% a 50%.
O guichê, em Times Square,
funciona das 15h às 20h. Como se
tratam de sobras dos teatros, os
lugares às vezes deixam a desejar e
nem sempre é possível achar a peça escolhida -uma lista de opções é recomendável. Mas com
um pouco de sorte e disposição
para a fila, pode ser um excelente
negócio.
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