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Morre aos 89 anos o escritor Sidney Sheldon
Criador de "Jeannie é um Gênio", Sheldon ficou famoso como autor best-seller
Em 1948, escritor venceu Oscar de melhor roteiro original; no Brasil, seu primeiro romance, "A Outra Face", é o mais vendido
Jonathan J. Dwyer/Associated Press
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Sidney Sheldon, aos 86 anos, em sua casa em Palm Springs; romancista best-seller, foi premiado no teatro, cinema e televisão |
DA REPORTAGEM LOCAL
Criador da série "Jeannie é
um Gênio", roteirista vencedor
do Oscar em 1948, dramaturgo
premiado e escritor de best-sellers como "O Outro Lado da
Meia-Noite" e "A Herdeira", o
americano Sidney Sheldon
morreu anteontem à tarde, em
um hospital de Palm Springs,
Califórnia, aos 89 anos, de complicações de uma pneumonia.
A primeira mulher de Sheldon, Jorja Curtright Sheldon,
morreu em 1985. O escritor era
casado com Alexandra Kostoff
desde 1989, e deixa ainda uma
filha, a escritora Mary Sheldon,
e dois netos. A família não deu
detalhes sobre o funeral.
Trajetória
Nascido no dia 17 de fevereiro de 1917, em Chicago, filho de
pai alemão e mãe russa, ambos
judeus, Sheldon Shechtel se
mudou para Hollywood aos 17
anos, quando começou a trabalhar como parecerista de roteiros para o estúdio Universal.
Aos 25, depois de servir como
piloto durante a Segunda Guerra, já havia acumulado três musicais de sucesso na Broadway:
"A Viúva Alegre", "Jackpot" e
"Dream With Music". Ainda
como dramaturgo, foi vencedor
de um Tony Award, em 1959,
pelo musical "Redhead", estrelado por Gwen Verdon.
Depois de vencer o Oscar de
melhor roteiro original por
"Solteirão Cobiçado", comédia
estrelada por Cary Grant e
Shirley Temple, Sheldon, já roteirista dos estúdios MGM e
Paramount, escreveu outros 25
filmes, entre eles "Desfile de
Páscoa", com Judy Garland e
Fred Astaire e "Maravilhas em
Desfile", com Bing Crosby.
Em 1963 o escritor se voltou
para a televisão, como roteirista de "The Patty Duke Show", e
posteriormente como criador,
produtor e roteirista de "Jeannie é um Gênio", seriado que
teve cinco temporadas, entre
1965 e 1970, quando ele começou a escrever seu primeiro romance, aos 50 anos.
O resultado foi "A Outra Face", desprezado pela crítica,
mas que vendeu 21 mil cópias
na edição de capa dura, e 3,1 milhões na edição em brochura.
Lançado em 1975 no Brasil, onde esteve duas vezes, esse é o
romance mais vendido de Sheldon no país, com mais de 270
mil exemplares impressos.
Na segunda metade da década de 70, ainda produzindo e
escrevendo seriados de TV como "Casal 20", Sheldon continuou a carreira de romancista,
tornando-se um habitué das
listas de mais vendidos. Os personagens femininos fortes
eram sua marca registrada.
Nos anos 80, todos os romances que escreveu -"A Ira dos
Anjos", "O Reverso da Medalha", "Se Houver Amanhã",
"Um Capricho dos Deuses" e
"As Areias do Tempo", tornaram-se minisséries de TV.
Também nessa década Sheldon
recebeu uma estrela na Calçada
da Fama, em Holllywood.
Ao todo, o escritor publicou
18 romances e foi traduzido para 50 idiomas, o que lhe rendeu,
nos anos 90, uma menção no livro de recordes "Guinness" como "autor mais traduzido do
mundo". Seus livros foram comercializados em 180 países. O
número de vendas já ultrapassam 300 milhões de exemplares em todo o mundo.
Memórias
Em 2000 e 2004 saem no
Brasil "O Céu Está Caindo" e
"Quem tem Medo de Escuro?",
último romances do autor. Sua
carreira soma ainda 250 roteiros para televisão, 25 filmes e
seis peças para a Broadway.
Em 2005, o escritor lançou
seu último livro, "O Outro Lado
de Mim", autobiografia de 378
páginas em que dedica apenas
20, e com interrupções, à sua
experiência como romancista.
"Em "O Outro Lado de Mim",
escrevi sobre meus primeiros
anos na Broadway e em Hollywood. Eu só comecei a escrever
romances quando tinha 50
anos de idade", lembrou Sheldon em entrevista à Folha, em
dezembro de 2005.
"Escrevi minhas memórias
porque decidi fazê-lo enquanto
sou jovem. Os romances que eu
escrevi não existem para justificar nada -eles foram feitos
para entreter o leitor."
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