São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2001

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CINEMA

Documentarista baiano é o homenageado brasileiro da sexta edição do É Tudo Verdade, que exibirá seis de seus filmes

Geraldo Sarno é tema de retrospectiva em festival

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

Com uma cartela de seis filmes em retrospectiva, o documentarista baiano Geraldo Sarno, 62, é o homenageado nacional da sexta edição do festival É Tudo Verdade, que se realiza de 29 de março a 8 de abril, simultaneamente em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Serão exibidas as obras que mais projetaram o cineasta -"Viramundo", de 1965, "Viva Cariri!", de 1970, e "Segunda-feira", de 1975- e alguns de seus trabalhos menos conhecidos -"Iaô", de 1976, "A Terra Queima", de 1984, e "Deus É um Fogo", de 1987. "Esses últimos ainda estão apenas no formato cinema, não consegui transformá-los em vídeo, e muito pouca gente os viu", diz Sarno.
O documentarista qualifica a mostra dentro do festival como "minirretrospectiva", mas diz que, apesar do pequeno número de títulos, será possível ao espectador perceber um traço comum ao seu trabalho. "Acho que se poderá ver uma certa preocupação que tenho com a linguagem do cinema documentário, a experimentação que pratico e a busca de uma expressão pessoal", diz.
A "expressão pessoal", aliás, sintetiza, de acordo com Sarno, a própria definição do cinema documentário. "O que um filme meu realmente documenta com veracidade é a minha maneira de documentar. No cinema, busco uma forma de explicar a mim mesmo e de me posicionar no mundo. Mas tenho certeza de que só consigo lançar luz sobre a ponte, sobre o caminho. O que está além é tão misterioso quanto eu mesmo", afirma.
"Deus É um Fogo" (87) é o último documentário realizado por Sarno em formato cinema. Desde então, ele se dedica a projetos educacionais e produz atualmente uma série de 56 vídeos sobre o processo de trabalho de cineastas brasileiros contemporâneos.
Com os primeiros oito vídeos realizados (Ruy Guerra, Walter Salles e Daniela Thomas, entre eles), Sarno graceja da empreitada: "Espero um dia conseguir chegar ao final".
O projeto tem cunho didático e pretende ser "uma espécie de introdução à linguagem do cinema para estudantes". Os vídeos prontos também estarão no festival.


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