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CINEMA
Documentarista baiano é o homenageado brasileiro da sexta edição do É Tudo Verdade, que exibirá seis de seus filmes
Geraldo Sarno é tema de retrospectiva em festival
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Com uma cartela de seis filmes
em retrospectiva, o documentarista baiano Geraldo Sarno, 62, é o
homenageado nacional da sexta
edição do festival É Tudo Verdade, que se realiza de 29 de março a
8 de abril, simultaneamente em
São Paulo e no Rio de Janeiro.
Serão exibidas as obras que
mais projetaram o cineasta
-"Viramundo", de 1965, "Viva
Cariri!", de 1970, e "Segunda-feira", de 1975- e alguns de seus
trabalhos menos conhecidos
-"Iaô", de 1976, "A Terra Queima", de 1984, e "Deus É um Fogo", de 1987. "Esses últimos ainda
estão apenas no formato cinema,
não consegui transformá-los em
vídeo, e muito pouca gente os
viu", diz Sarno.
O documentarista qualifica a
mostra dentro do festival como
"minirretrospectiva", mas diz
que, apesar do pequeno número
de títulos, será possível ao espectador perceber um traço comum
ao seu trabalho. "Acho que se poderá ver uma certa preocupação
que tenho com a linguagem do cinema documentário, a experimentação que pratico e a busca de
uma expressão pessoal", diz.
A "expressão pessoal", aliás,
sintetiza, de acordo com Sarno, a
própria definição do cinema documentário. "O que um filme
meu realmente documenta com
veracidade é a minha maneira de
documentar. No cinema, busco
uma forma de explicar a mim
mesmo e de me posicionar no
mundo. Mas tenho certeza de que
só consigo lançar luz sobre a ponte, sobre o caminho. O que está
além é tão misterioso quanto eu
mesmo", afirma.
"Deus É um Fogo" (87) é o último documentário realizado por
Sarno em formato cinema. Desde
então, ele se dedica a projetos
educacionais e produz atualmente uma série de 56 vídeos sobre o
processo de trabalho de cineastas
brasileiros contemporâneos.
Com os primeiros oito vídeos
realizados (Ruy Guerra, Walter
Salles e Daniela Thomas, entre
eles), Sarno graceja da empreitada: "Espero um dia conseguir
chegar ao final".
O projeto tem cunho didático e
pretende ser "uma espécie de introdução à linguagem do cinema
para estudantes". Os vídeos prontos também estarão no festival.
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