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São Paulo, sábado, 01 de março de 2003

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FILMES E TV PAGA

Oliver Stone e a paranóia da conspiração

Projeto Pandora
Record, 22h15.
 
(Pandora Project). EUA, 98, 90 min. Direção: Jim Wynorski/John Terlesky. Com Daniel Baldwin, Erika Eleniak. Agente tem de suspender casamento com bela âncora da TV. Problema: mercenário que roubou arma do governo agora ameaça pôr fim à humanidade. Então tá!

JFK - A Pergunta que Não Quer Calar SBT, 23h45.   
(JFK). EUA, 91, 189 min. Direção: Oliver Stone. Com Kevin Costner, Joe Pesci. Em princípio, um filme sedutor: desenvolve a idéia de que o presidente Kennedy foi vítima de uma conspiração. Revendo-o, parece que Stone encaminhou tudo para que a existência dessa suposta conspiração fosse "provada" pelas imagens. Mas imagens mentem. Em todo caso, a considerar mais esse fruto da obsessão do diretor pelas histórias norte-americanas.

Guerra Submarina
SBT, 1h15.
   
(The Hunley). EUA, 99. Direção: John Gray. Com Armand Assante, Donald Sutherland. A história do oficial (Assante) e dos marinheiros que topam entrar num submarino, controlá-lo, colocá-lo em condições de combate e, se possível, voltar vivos. Uma história a reter, se se levar em conta que o Hunley se pôs a navegar em 1864. Feito para TV.

Duas Ovelhas Negras
SBT, 3h.
  
(Freebie and the Bean). EUA, 74, 113 min. Direção: Richard Rush. Com Alan Arkin, James Caan. Aventuras e desventuras cômicas de dois detetives, o mexicano Bean (Arkin) e o americano Freebie (Caan), em comédia levada por realizador que está muito longe da indignidade e teve, ao longo de sua carreira, alguns momentos muito altos. O elenco é de nível. Vale conferir.

A Magia de Emmanuelle Bandeirantes, 3h.  
(Emmanuelle's Magic). França, 92, 90 min. Direção: Francis Leroi. Com Sylvia Kristel, Marcella Walerstein. Uma das várias tentativas tardias de ressuscitar Emmanuelle (Kristel), que aqui ajuda uma amiga a recuperar o marido. Ora, se Emmanuelle tinha um encanto era a capacidade de tirar o marido dos outros, não o de devolvê-lo. (IA)


Tempos diferentes se anunciam no Telecine

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Quase ninguém sabe quem é Sergio Leemann, personagem que, embora sem ser ator principal ou realizador de filmes, tem jogado um papel decisivo em nosso cotidiano cinematográfico.
Até o fim do ano passado ele era gerente de programação do Telecine. A bem dizer, é quem melhorou o perfil dos canais Telecine nos últimos anos. Ao se desligar dessa organização, deixou criados alguns hábitos que pareciam vedados às TVs brasileiras, tais como assistir aos filmes em seus enquadramentos originais (ou seja, o cinemascope é cinemascope e não uma ajambração espacial que desnatura completamente o que se fez).
Não foi sua única introdução. Fez ver grandes nomes de cinematografias exóticas (como Satyajit Ray, o indiano), ou nem tanto (de Jean Renoir a Jacques Becker). Quanto aos americanos, mostrou ciclos de cineastas clássicos praticamente indisponíveis (Samuel Fuller, Sirk e outros).
A essa ousada ampliação do repertório clássico, acrescentou o hábito de passar filmes europeus ou asiáticos, em particular no canal Emotion. Os efeitos de sua passagem permanecerão durante algum tempo. Neste mês, por exemplo, veremos dois Fritz Lang raríssimos, "O Tigre de Bengala" e "O Sepulcro Indiano".
Neste fim de semana, o Telecine Classic exibe (às 18h45 e às 6h30 da madrugada) "Vidocq, um Escândalo em Paris", um Douglas Sirk de 1946, antes de sua grande e mais conhecida fase da Universal. Já o Telecine Emotion traz o belíssimo "As Coisas Simples da Vida" (18h40), de Edward Yang, um dos melhores exemplos da vitalidade da produção asiática atual. Amanhã reprisam-se dois clássicos obrigatórios, também no Classic: "Crepúsculo dos Deuses" (22h), de Billy Wilder, e "Ladrões de Bicicletas" (0h), de De Sica.
Em suma, não é certo, mas é provável que a saída de Leemann do Telecine seja o anúncio de que dias diferentes virão.


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