São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2007

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Crítica

"Rio Violento" vê Kazan à beira da tragédia

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Elia Kazan pode ser chamado de grego ou de turco. Ou, por que não, de americano, já que para lá imigrou ainda pequeno. Mas também pode ser chamado de cineasta de parte alguma: é alguém que ocupa uma estreita faixa, onde viver é sempre muito difícil.
Em "Rio Violento" (Turner Classic Movies, 23h45), por exemplo, o personagem de Montgomery Clift é um agente federal (do governo Roosevelt) que precisa convencer uma senhora a abandonar suas terras, para que, naquele local, seja construída uma barragem. É a energia. O progresso. Os investimentos que parecem capazes de tirar os Estados Unidos de sua Depressão.
No entanto, para Kazan, as razões de todos não são necessariamente melhores do que as razões de um. Para que o todo seja harmônico, é necessário que cada um faça parte dessa harmonia.
Essa será a angústia de Monty ao longo do filme: fazer com que todos ganhem e ninguém perca. Não é uma tarefa; é um atalho para a tragédia.


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