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Crítica
"Rio Violento" vê Kazan à beira da tragédia
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Elia Kazan pode ser chamado
de grego ou de turco. Ou, por
que não, de americano, já que
para lá imigrou ainda pequeno.
Mas também pode ser chamado de cineasta de parte alguma:
é alguém que ocupa uma estreita faixa, onde viver é sempre
muito difícil.
Em "Rio Violento" (Turner
Classic Movies, 23h45), por
exemplo, o personagem de
Montgomery Clift é um agente
federal (do governo Roosevelt)
que precisa convencer uma senhora a abandonar suas terras,
para que, naquele local, seja
construída uma barragem. É a
energia. O progresso. Os investimentos que parecem capazes
de tirar os Estados Unidos de
sua Depressão.
No entanto, para Kazan, as
razões de todos não são necessariamente melhores do que as
razões de um. Para que o todo
seja harmônico, é necessário
que cada um faça parte dessa
harmonia.
Essa será a angústia de
Monty ao longo do filme: fazer
com que todos ganhem e ninguém perca. Não é uma tarefa;
é um atalho para a tragédia.
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