São Paulo, domingo, 01 de março de 2009

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Mônica Bergamo

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Andrew Gomberti - 22.fev.2009/ EFE
Penélope Cruz com vestido de 60 anos assinado pelo estilista Pierre Balmain

Sem alça

Curinga entre os decotes, o tomara-que-caia invadiu o tapete vermelho do Oscar Angelina Jolie usou. Penélope Cruz também. E, como que para não ficar para trás, Jennifer Aniston, Anne Hathaway, Nicole Kidman e Sarah Jessica Parker também apostaram nele. Mais do que nunca, o tomara-que-caia foi o grande vencedor no tapete vermelho do Oscar, tendo sido o eleito, neste ano, por mais de 15 atrizes do primeiro escalão de Hollywood. O modelo é um dos preferidos dos estilistas quando querem deixar a mulher ainda mais sensual e elegante. "O Oscar tem uma carga muito grande de expectativas. Não é local de se correr riscos", afirma Walter Rodrigues.

 

Carlos Miele considera que o decote é um curinga importante no guarda-roupa feminino. "É uma peça atemporal", diz ele. É ideal para alongar a silhueta e valorizar ombros e colo, já que a mulher fica praticamente nua do busto para cima. "Quando se usa um tomara-que-caia, é a mulher que fica em primeiro plano, e não o vestido. Como não pede um determinado cabelo ou joia, a pessoa fica livre para criar a imagem que quiser", diz o estilista Samuel Cirnansck.

 

"Mas nunca deve ser usado com um colarzinho, nem nada "inho". Tem que ser um [colar que custe o mesmo que um] prédio, e não uma casa. Se isso não for possível, é melhor investir só nos brincos", afirma o estilista André Lima. "Mas os dois, colar e brincos, juntos, nunca! Ou a mulher fica parecendo a Carmen Miranda", completa Carlos Miele. É só olhar para as fotos de Angelina Jolie, Amy Adams e Penélope Cruz para entender o que ele quer dizer. Jolie tirou o fôlego do público com um par de brincos de esmeralda colombiana de 65 quilates para arrematar seu tomara-que-caia Elie Saab preto, que de detalhe só tinha uma profunda fenda lateral.

 


A coestrela de "Dúvida", Amy Adams, investiu num colar Fred Leighton com mais de 650 quilates de esmeraldas, rubis, safiras e diamantes para usar com um Carolina Herrera vermelho, com busto recortado em cetim. Já Penélope, melhor atriz coadjuvante, ostentava um colar de diamantes Chopard, avaliado em US$ 3 milhões, com um modelo de 60 anos de Pierre Balmain.
 

A cantora Beyoncé compareceu ao Kodak Theatre com um floral preto e dourado colado, da grife House of Deréon. "O importante é escolher um vestido que tenha boa modelagem, bom corte e boa estrutura no corpo", indica Miele. "A base tem que estar no corselet interno, de preferência modelado e ajustado ao corpo de cada pessoa, se não cai tudo mesmo", diz Cirnansck. Walter Rodrigues confessa que tem um segredinho para melhorar o caimento e dar mais segurança à cliente. "Faço o busto mais alto do que as costas para acomodar melhor a omoplata e não repuxar a pele. Mesmo assim, alguns puxõezinhos serão inevitáveis porque o tecido cede."

 


Para bustos pequenos, a solução é usar enchimentos, drapeados e diferentes tipos de aplicações, como aconteceu no modelo L'Wren Scott de Nicole Kidman, no Rodarte rosa drapeado de Natalie Portman e no Marchesa com detalhes de flores de Vanessa Hudgens. No caso dos seios grandes, o truque está mesmo no corte impecável. E, nesse caso, mostrar mais ou menos acaba virando opção pessoal. "É uma questão de querer correr riscos. Se você consegue segurar a onda, ótimo. Mas vai ter que se comportar", afirma Cirnansck.
 


Liberado para ser usado até em modelos curtinhos e mais despojados, o decote só pede um cuidado: não parecer apertado "para não pular gordura", diz André Lima. "Não pode fazer gominho em lugar nenhum, principalmente nas costas, porque salienta algo que não precisa", completa Cirnansck. Nesse caso, a dica é ficar atenta ao espelho e ao bom senso.



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