São Paulo, quarta-feira, 01 de abril de 2009

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CONEXÃO POP

Alegria pop


Dupla norueguesa Royksopp lança ótimo disco em que une vocais femininos a batidas dançantes


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

AO ANUNCIAR que produziria dois discos conceituais e diametralmente opostos, a dupla norueguesa Royksopp entrava em um terreno minado por pretensão e ambição desmedida que já mutilou muita gente. Enquanto "Junior" teria clima alegre e descontraído, "Senior" traria timbres calmos e introspectivos.
"Junior" chegou à internet e vemos que o Royksopp conseguiu passar ileso pelo perigoso terreno. O disco é uma combinação irrepreensível de pop elegante, batidas dançantes bem arquitetadas e vocais oportunos, não invasivos. Quatro elogiosas vozes femininas são ouvidas em diversas faixas: Robyn (do hit "With Every Heartbeat"), Lykke Li (dona do ótimo álbum "Youth Novels", do ano passado), Karin Dreijer Andersson (a misteriosa loira da dupla The Knife e do projeto Fever Ray) e Anneli Drecker (integrante da banda Bel Canto).
As quatro dão ao disco tonalidades variantes, que vão da alegria pop ("Miss it So Much", com Lykke Li) a um electro corrosivo ("Tricky Tricky", com Dreijer Andersson). Em "This Must Be It", Dreijer Andersson e o Royksopp fazem quase uma continuação da colaboração entre eles no megahit "What Else Is There?", de 2005.
Já "True to Life" é quase um épico, translúcido e hipnótico.

 


Em nenhum momento as vozes brigam com os beats, coisa comum em discos eletrônicos com participação de vocalistas. O Royksopp encontrou uma equação perfeita.
Curiosamente, o primeiro single de "Junior", "Happy Up Here", é instrumental -mas a faixa funciona como uma amostra da atmosfera que encontraremos no disco.
 


Em época em que se fala tanto na tal união de rock e eletrônica, muita gente boa como MSTRKRFT e Justice escorrega ao tentar produzir esse diálogo, o Royksopp escreve uma cartilha didática e divertida. "Senior", o negativo de "Junior", deve sair ainda neste ano. Será que a dupla consegue manter o nível?
 


Será que é só o começo? A Google chinesa começou a fornecer em sua página links para sites que oferecem downloads gratuitos de música. A história ganhou a internet nesta semana porque pode representar uma nova estratégia de distribuição de canções entre portais, sites e gravadoras. O Google tomou a iniciativa porque, diferentemente da maioria dos países em que atua, na China a companhia detém apenas 28% do mercado de buscas on-line -a líder é a empresa chinesa Baidu (60% do mercado).
 


Amanhã tem Tiga no D-Edge (al. Olga, 170, SP; de R$ 80 a R$ 150). O canadense vem com "Ciao", seu segundo disco na bagagem. É bom chegar no clube cedo (leia-se, antes da 1h).

thiago.ney@grupofolha.com.br


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