São Paulo, sexta-feira, 01 de abril de 2011

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Última Moda

VIVIAN WHITEMAN - ultima.moda@grupofolha.com.br

Resistência à francesa

NOVO ESTILISTA DA HERMÈS, CHRISTOPHE LEMAIRE DIZ QUE TRADIÇÃO É RESPOSTA À "HISTERIA" DO FAST FASHION

Grande responsável pelo resgate do prestígio da Lacoste, grife para a qual trabalhou como diretor de estilo nos últimos dez anos, Christophe Lemaire, 45, apresentou no mês passado sua primeira coleção para a francesa Hermès.
Contratado para substituir Jean-Paul Gaultier, Lemaire levou seu minimalismo étnico para o mundo estampado da maison, criada em 1837.
Lemaire assume em uma época conturbada (20% das ações da grife foram comprados pelo grupo de investimentos LVMH, que tem grandes divergências com a família Hermès), mas financeiramente boa -a marca movimentou mais de 668 milhões de euros (cerca de R$ 1,54 bi) em suas operações em 2010, um crescimento de 44% em relação a 2009.
Em Paris, Lemaire conversou com a Folha sobre as exigências de sua nova função.

 


Folha - Como é assumir uma casa com tanta história?
Christophe Lemaire -
É claro que fui até o arquivo da Hermès para pesquisar, afinal, é uma maison com muita tradição. Por outro lado, não quis me prender demais a nenhuma imagem antiga, para que pudesse criar um olhar meu sobre essa herança.

Por que as grandes maisons voltaram a insistir tanto na questão da tradição?
Veja bem, na França, por exemplo, existe uma tradição de moda a ser preservada, da qual a Hermès é uma das grandes representantes. Porém, acredito que essa volta ao clássico seja uma resposta ao fast fashion.

Uma resposta do luxo?
Do luxo, mas também da qualidade, de peças que duram uma vida. A rapidez com que a moda precisa se renovar hoje em dia é insana.

Como é o seu processo?
Gosto de viajar porque me interesso muito por técnicas manuais específicas. Preciso de um tempo para experimentar formas, modelagens. O novo pelo novo não me interessa como estilista.

Como diminuir o ritmo num mercado que quer novidade?
Temos de oferecer peças-chave refinadas, preciosas e atemporais. A Hermès vem mantendo seu prestígio sem cair na histeria da moda.

"Hermèsetes" fazem coleção de bolsas e lenços especiais da grife

Colecionadoras e caçadoras de itens clássicos da grife Hermès, as "hermèsetes" enxergam tesouros de família onde os meros mortais veem apenas bolsas caríssimas.
Cris Tamer, 38, sócia de Sophia Alckmin (filha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin) no site de estilo bettys.com.br, diz ter uma peça Hermès para cada marco de sua vida.
"Tenho peças que simbolizam meus filhos [ela tem dois], meu casamento e viagens especiais. Estou construindo uma herança Hermès, mas, como só tive meninos, repassarei tudo às minhas futuras noras", conta.
Os quatro lenços e a bolsa rosa-choque da apresentadora Astrid Fontenelle, 50, do canal GNT, foram presentes do marido, o produtor da banda de axé Chiclete com Banana, Fausto Franco.
"Nunca pensei que teria peças Hermès, pelo preço. Mas sempre que meu marido viaja, volta com uma daquelas caixinhas laranjas, lindas. Os lenços são ótimos pra usar no verão", diz Astrid.
Herdeira do investidor Marcus Elias (que recentemente comprou a Daslu), a estudante Bárbara Elias, 19, perdeu a conta de quantas peças Hermès possui.
Para ela, a mais importante é uma bolsa modelo Kelly que comprou em Paris, onde mora. "É uma original de 1950. Tentei consertar o fecho, que está mole, mas a sede da Hermès não deixou mexer nela, porque se trata de peça histórica", diz.
No mercado, as Kelly e Birkin vintage saem por cerca de cerca de R$ 30 mil; as versões novas chegam a R$ 100 mil.

PASSARELA CAMARGO ALFAIATARIA

ALFAIATE JOÃO CAMARGO REÚNE CLIENTES EM SEU DESFILE DE OUTONO-INVERNO 2011

1. LÁ NO CLUBINHO
Na última terça (29), os 1500 convidados-em sua maioria, homens - que lotaramoCredicard Hall, na zona sul, conferiram uma alfaiataria menos austera

2. MIX TECNOLÓGICO
A coleção joga com cores vibrantes e silhueta slim. O tecido-chave é 365, desenvolvido pela tecelagem francesa Dormeuil, que promete manter temperatura do corpo

ENTREVISTA

Trabalho de ilustradora bota mulheres no comando

A ilustradora francesa Sophie Griotto, 35, já expôs seu trabalho na Galeries Lafayette, em Paris, e criou para marcas como Dior e Cartier. Ela falou à Folha sobre o catálogo que criou para a designer de acessórios brasileira Luiza Barcelos.

 


Folha - Por que seu trabalho atrai tantas grifes famosas? Sophie Griotto - Procuro introduzir os produtos à realidade das mulheres. Para Luiza [Barcelos], pensei em mulheres no comando, como a presidente do Brasil!

Foi o seu primeiro trabalho feito para o Brasil?
Não. Conheci um pajé brasileiro que foi a Paris falar sobre a destruição da floresta amazônica. Acabei fazendo um pôster para uma palestra que ele realizou.

TUITADAS

@ladygaga I begin next month as a Fashion+Art Columnist for @VMagazine. +I’ll be resurrecting "TRANSMISSION GAGAVISION" episodes starting next week!
(Eu começo no próximo mês como colunista de arte+moda da @VMagazine. +Vou ressuscitar "TRANSMISSION GAGAVISION" com episódios começando na semana que vem)
Lady Gaga anuncia nova coluna e a volta de seus vídeos no ladygaga.com

@Lu_Tranchesi @284_oficial: Vagas na 284: vendas, caixa, área de produto, analista financeiro e de planejamento. CVs no genteegestao@284brasil.com.br
Filha de Eliana Tranchesi, ex-dona da Daslu, aproveita o Twitter para recrutar funcionários para sua grife, a 284

Veja outras notícias e análises no blog da coluna Última Moda
folha.com/ultimamoda

com PEDRO DINIZ


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