free-lance para a Folha

Na primavera de 92, um alemão (Alec Empire), uma síria (a vocalista Hanin Elias) e um MC da Suazilândia (Carl Crack), descontentes com o caminho que o tecno estava tomando na Alemanha, formaram o Atari Teenage Riot, um dos trios mais barulhentos de que se tem notícia.
E o barulho não vem só do som. O single de estréia, no mesmo ano, "Hetzjagd Auf Nazis" (Caça aos Nazistas), foi boicotado pelas lojas de discos, principalmente as de tecno na Alemanha. "Eles argumentavam que não deveria haver política nas pistas de dança e diziam que estávamos promovendo violência", disse Empire.
Drum'n'bass, hardcore, tecno, speed metal, punk, dub e guitarras massivas são colocadas no liquidificador numa velocidade que supera as 200 bpm.
Mensagens anarquistas contra o sistema ("Nós somos radicais e nos orgulhamos disso", vocifera Hanin em "Destroy 2.000 Years of Culture") e a ira contra o estabelecido são a temática da conscientização eletrônica do trio.
Em 93, o ATR assinou com a gravadora inglesa Phonogram, que não duraria muito tempo -até 94-, quando Empire fundou seu próprio selo, o Digital Hardcore Records, que engloba outros nomes com filosofia semelhante à do ATR, como EC80R, Speed Freak, DJ Bleed etc.
A partir daí, hardcore digital tornou-se sinônimo (ou rótulo) do tipo de som do Atari Teenage Riot.
Em 96 saiu o primeiro álbum pelo Digital Hardcore, "Delete Yourself"; no ano passado, "Future of War", lançado e distribuído nos EUA pelo selo Grand Royal (dos Beastie Boys), com o nome de "Burn, Berlim, Burn" (que contém quatro músicas de "Delete Yourself").
O contato norte-americano rendeu frutos, como participação, com Slayer, na trilha do filme "Spawn", turnê no país com Rage Against the Machine, convite de Beck para abrir sua turnê e shows de abertura de fato para o alternativo John Spencer Blues Explosion. (MN)
Show: Atari Teenage Riot Onde: KVA (r. Cardeal Arcoverde, 2.958, Pinheiros, tel.011/ 870-2153) Quando: hoje, às 21h30 Quanto: R$ 25



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice