São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2000 |
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TRECHO "Em Roma, cada vez que penso em Wolfsegg, parece-me que só preciso ir a Wolfsegg para entrar na infância. Sempre se revelou um erro esse pensamento, um erro bem sórdido, abjeto, pensei. Você visita seus pais, pensei muitas vezes em Roma, e visita os pais de sua infância, mas no fim só visitou esse famigerado vazio hiante ao visitar seus pais. A infância não pode mais visitá-la, porque ela não existe mais, disse comigo. A vila das crianças mostra sem indulgência que a infância não é mais possível. Você tem de se resignar a isso. Agora tudo o que você vê quando se volta para trás é somente esse vazio hiante, pensei, e não só no que respeita à infância, seja lá o que pertença ao passado agora é apenas o vazio hiante, disse comigo. Por isso é bom que não se volte mais para trás." Trecho de "Extinção", de Thomas Bernhard Texto Anterior: 16ª Bienal do Livro: "Extinção" é diálogo interior vertiginoso Próximo Texto: Crítica: "Chuva Amarela" mostra cara da verdadeira depressão Índice |
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