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ARTES PLÁSTICAS
Artista apresenta, na galeria Luisa Strina, exposição de trabalhos dos últimos três anos
Tucci une labirinto clássico ao mundo virtual
ANA CÂNDIDA DE AVELAR
DA REDAÇÃO
A rede mundial de computadores, a internet, funciona como
uma teia que se auto-reproduz e
se expande. É como se germinasse
e, brotando, se espalhasse indiscriminadamente. Essa imagem é
idéia de Sandra Tucci, artista plástica que estará expondo na galeria
Luisa Strina a partir de amanhã.
"Uso essas esferas (bolas de gude ou em resina) que tentam sair
do aprisionamento do quadro,
que é a moldura, como óvulos que
são como embriões porque crescem e se libertam", diz Tucci, 37,
que já mostrou sua obra em Nova
York, Espanha, Alemanha, Argentina e Cuba.
A exposição apresenta uma rota
que pode ser seguida pelo olhar
do observador atento, como um
caminho que sai de um labirinto
tradicional -representado por
trabalhos em metal que remetem
a um percurso labiríntico- e,
passando por móbiles e objetos
estáveis ou esculturas, chega a um
objeto virtual.
"A projeção é o fim do trajeto",
comenta a artista sobre o trabalho
no qual surge uma última esfera,
porém, dessa vez, virtual.
Tucci cria um questionamento
sobre o desenvolvimento da arte
digital (feita por computadores) e
da tradicional (que faz uso dos demais materiais). Suas obras são
objetos de vidro, resina, metal e
madeira que, por seus materiais,
contrastam com a projeção.
O que há de semelhante entre
eles é a presença das esferas e dos
caminhos. "Parto do primeiro labirinto, o clássico, aquele ainda
do minotauro, para chegar ao último -a internet" diz Tucci.
"Sempre me dediquei a construir
objetos e agora me preocupo sobre como eles serão recebidos e
entendidos se forem virtuais."
A projeção apresentada na exposição pode ser vista a olho nu
ou com o uso de óculos 3-D, que
serão distribuídos. Com os óculos, a esfera salta da parede -onde esteve presa desde o primeiro
trabalho- e é como se se libertasse do labirinto que percorre "virtualmente".
O caminho que faz Sandra Tucci com o visitante é um percurso
que parte da arte entendida como
tradicional -molduras e esculturas- e chega a introduzir o novo
material artístico -o meio digital.
As obras traçam um coerente
roteiro que conduz ao estranhamento do último material por estar lado a lado com os outros.
"Não quero levar ninguém pela
mão, quero que as pessoas descubram sozinhas o caminho", diz a
artista.
Mas não é necessário que o visitante decifre o trajeto da exposição, se não quiser, pois mesmo o
mais preguiçoso dos observadores pode se deleitar com a beleza
barroca das obras.
OBJETOS - Exposição de quatro objetos
de parede, duas esculturas, três móbiles
e uma projeção de Sandra Tucci.
Quando: vernissage amanhã, às 19h; de
seg. à sex., das 10h às 20h; aos sáb., das
10h às 14h. Até 23/5. Onde: galeria Luisa
Strina (r. Padre João Manuel, 974 A,
Jardins, tel. 0/xx/11/3088-2471).
Quanto: entrada franca.
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