São Paulo, terça-feira, 01 de maio de 2001

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ARTES PLÁSTICAS

Artista apresenta, na galeria Luisa Strina, exposição de trabalhos dos últimos três anos

Tucci une labirinto clássico ao mundo virtual

ANA CÂNDIDA DE AVELAR
DA REDAÇÃO

A rede mundial de computadores, a internet, funciona como uma teia que se auto-reproduz e se expande. É como se germinasse e, brotando, se espalhasse indiscriminadamente. Essa imagem é idéia de Sandra Tucci, artista plástica que estará expondo na galeria Luisa Strina a partir de amanhã.
"Uso essas esferas (bolas de gude ou em resina) que tentam sair do aprisionamento do quadro, que é a moldura, como óvulos que são como embriões porque crescem e se libertam", diz Tucci, 37, que já mostrou sua obra em Nova York, Espanha, Alemanha, Argentina e Cuba.
A exposição apresenta uma rota que pode ser seguida pelo olhar do observador atento, como um caminho que sai de um labirinto tradicional -representado por trabalhos em metal que remetem a um percurso labiríntico- e, passando por móbiles e objetos estáveis ou esculturas, chega a um objeto virtual.
"A projeção é o fim do trajeto", comenta a artista sobre o trabalho no qual surge uma última esfera, porém, dessa vez, virtual.
Tucci cria um questionamento sobre o desenvolvimento da arte digital (feita por computadores) e da tradicional (que faz uso dos demais materiais). Suas obras são objetos de vidro, resina, metal e madeira que, por seus materiais, contrastam com a projeção.
O que há de semelhante entre eles é a presença das esferas e dos caminhos. "Parto do primeiro labirinto, o clássico, aquele ainda do minotauro, para chegar ao último -a internet" diz Tucci. "Sempre me dediquei a construir objetos e agora me preocupo sobre como eles serão recebidos e entendidos se forem virtuais."
A projeção apresentada na exposição pode ser vista a olho nu ou com o uso de óculos 3-D, que serão distribuídos. Com os óculos, a esfera salta da parede -onde esteve presa desde o primeiro trabalho- e é como se se libertasse do labirinto que percorre "virtualmente".
O caminho que faz Sandra Tucci com o visitante é um percurso que parte da arte entendida como tradicional -molduras e esculturas- e chega a introduzir o novo material artístico -o meio digital.
As obras traçam um coerente roteiro que conduz ao estranhamento do último material por estar lado a lado com os outros. "Não quero levar ninguém pela mão, quero que as pessoas descubram sozinhas o caminho", diz a artista.
Mas não é necessário que o visitante decifre o trajeto da exposição, se não quiser, pois mesmo o mais preguiçoso dos observadores pode se deleitar com a beleza barroca das obras.

OBJETOS - Exposição de quatro objetos de parede, duas esculturas, três móbiles e uma projeção de Sandra Tucci.
Quando: vernissage amanhã, às 19h; de seg. à sex., das 10h às 20h; aos sáb., das 10h às 14h. Até 23/5. Onde: galeria Luisa Strina (r. Padre João Manuel, 974 A, Jardins, tel. 0/xx/11/3088-2471). Quanto: entrada franca.



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