|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ENTRELINHAS
O "Livro" dos livros
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Na semana passada esta coluna fez muxoxo em torno
do desaparecimento do mercado do volume "O Livro no Brasil", do brasilianista Laurence
Hallewell, melhor trabalho já
realizado sobre a história das
editoras no país. Publicado há
20 anos, o tijolão de quase 700
páginas era disputado a tapas
nos sebos de todo o país.
Eis que ontem chegou a notícia de que "O Livro no Brasil"
acaba de ser renegociado e terá
versão atualizada pelo autor, hoje morando na Inglaterra, lançada ainda neste ano, pela Edusp.
Hallewell não só incluiu no
trabalho dados relativos ao mercado editorial brasileiro até o
ano 2000, como fez uma nova
apresentação. "O Livro no Brasil" terá também um suplemento sobre a situação livreira na
América Latina, incluindo fenômenos como a chegada agressiva das editoras espanholas .
A "bíblia" da história do livro
brasileiro (desculpas pelo "bíblia") deve ser lançada em grande evento sobre o tema que o
pesquisador Anibal Bragança
organiza para o final do ano.
VAPT-VUPT
Nem bem terminou a Bienal
de São Paulo, a sua equivalente
carioca já vai a todo o vapor.
Marcada para 15 de maio de
2005, o evento do Riocentro
abriu a venda de espaço há 15
dias e já negociou 11 mil m2. A
direção da Bienal está definindo atualmente os 12 escritores
franceses que serão convidados ao evento.
FOGO AMIGO
A editora Francis, que já publica Michael Moore e outros
célebres inimigos da Presidência norte-americana, acaba de
reforçar seu pacote anti-Bush
com munição pesada. Compraram, em leilão, os direitos
de "Against All Enemies", de
Richard Clarke, ex-coordenador nacional de segurança dos
EUA. O livro, que espinafra
Bush de cabo a rabo e se tornou
o nš 1 das listas de best-sellers
ianques, sai em julho.
TODO PROSA
Na próxima quarta-feira
completam-se os dez anos da
morte de Mário Quintana. O
poeta gaúcho está em alta. Terá
reedição de toda a obra pela
Globo e volume na luxuosa
editora Nova Aguilar, agora associada à distribuidora Códice.
AO MESTRE COM CARINHO
"Para Johnny Depp." É esta a
dedicatória que Ana Ferreira
faz em seu romance de estréia,
"Carne Crua" (ed. Objetiva).
MENOS É MAIS
O diminuto cenário de livrarias-de-qualidade-independentes brasileiro terá mais
duas combatentes. Será inaugurada no dia 10 de maio, na
Vila Madalena (SP), a Lima
Barreto, uma "livraria autoral". No último dia do mês deve abrir a livraria do espaço de
cursos Casa do Saber, no Itaim.
MAIS É MAIS
Lançada em agosto de 2002, a
coleção "Obras Primas", de clássicos vendidos em bancas, acaba de
encerrar seu ciclo com números
"harrypotterianos". Segundo sua
editora, a Nova Cultural, a série,
de 50 livros, vendeu 3,5 milhões
de exemplares. A editora fará agora uma reedição "homeopática".
@ - elek@folhasp.com.br
FORA DA ESTANTE
Tudo aquilo que cerca o
nome Saki exala o bizarro, o
humor negro, o esquisito.
Pseudônimo de Hector
Hugh Munro, Saki teve esse
universo estranho marcando tanto sua obra quanto sua
biografia. Nascido na velha
Birmânia (hoje Mianmar),
em 1870, Saki perdeu a mãe
dois anos depois atropelada,
atenção, por uma vaca. Foi
policial na terra natal, jornalista na Escócia (depois adotada) e escreveu um livro de
história sobre o império russo, antes de mergulhar no
universo no qual se consagrou: contista satírico "da
pesada". Saki, autor quase
virgem no mercado brasileiro, teve final "macabro" como suas histórias. Com 46
anos, se "voluntarizou" para
lutar como soldado raso na
Primeira Guerra. Foi baleado. Sua última frase, dizem
testemunhas, foi: "Apague
esse maldito cigarro".
Texto Anterior: Livro ganhará adaptação para o cinema Próximo Texto: Lançamento: Livro de 1973 redescobre o contista Plínio Marcos Índice
|