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CINEMA
Em "Missão Impossível 3", agente vivido por Tom Cruise valoriza o relacionamento com a namorada
"M:I-3" revela vida pessoal do herói
"Acho que a experiência em séries de espionagem me fez dar valor à intimidade dos personagens"
J.J. ABRAMS, diretor de "M:I-3"
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"O filme é de ação, mas a gente queria que a vida pessoal do protagonista fosse mais importante do que a missão", IDEM
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TETÉ RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES
Ethan Hunt quer casar. O agente secreto que Tom Cruise emprestou do seriado de TV dos
anos 60 e levou ao cinema pela
primeira vez em 1996 e de novo
em 2000, não quer mais ser nem
agente nem secreto. Trocou sua
vida excitante e
sem traços de estabilidade por um
emprego mais
sossegado como
treinador de novos agentes e uma
linda garota, de
quem está noivo.
Hollywood imita
a vida?
"Queríamos
contar uma história pessoal", conta
J.J. Abrams, diretor e co-roteirista
de "Missão Impossível 3", que
estréia sexta-feira
no Brasil. "O filme é de ação, mas
a gente queria que a vida pessoal
do protagonista fosse mais importante para ele do que a missão", diz ele, em entrevista à Folha, no lançamento do longa, em
Los Angeles. Assim, a atriz escolhida para viver a noiva de Hunt
foi a novata Michelle Monaghan
(de "Beijos e Tiros"), que aparece
de cabelos castanhos, estranhamente parecida com a noiva do
ator na vida real, Katie Holmes.
Segundo Abrams, que fez sua
carreira com os sucessos de TV
"Felicity", "Alias" e "Lost", já havia um roteiro pronto quando
Cruise o convidou para dirigir este longa-metragem, mas a trama
não o interessou.
"Tom me disse:
"Quero que esse
seja o seu filme,
pode reescrever o
que quiser". Respondi que demoraria um ano para
terminar, já que
estava envolvido
com a segunda
temporada de
"Lost'; ele falou:
"Vamos esperar
um ano'". Foi o
que aconteceu.
"Percebi que eu
mesmo estava
querendo saber
quem era aquele homem, por que
ele era agente secreto, o que ele
queria da vida", afirmou Abrams.
"Acho que minha experiência em
séries de espionagem me fez dar
ainda mais valor à intimidade dos
personagens, e os dois primeiros
filmes não mostravam nada de
pessoal de Ethan Hunt", contou.
Faltava um vilão. E já que a idéia
era que nesse filme o herói corresse ainda mais riscos do que nos
dois primeiros, o inimigo teria de
ser pior e mais poderoso.
O que pode ser pior do que um
traficante de armas nucleares,
pensaram os produtores? Um
que também vende informações.
Nascia assim Owen Davian, que o
agente é obrigado a enfrentar para poder salvar a colega de trabalho, depois o mundo e ainda
prender o bandido, tudo isso sem
que sua noiva desconfie de nada.
Para encarná-lo, um velho amigo
de Cruise foi escalado, o ator Philip Seymour Hoffman, vencedor
do Oscar de melhor ator por "Capote" (leia texto nessa página).
Garoto
Outra preocupação de ator e
produtor nesse terceiro episódio
da cinessérie era voltar a se conectar com a fatia mais jovem do público. Aos 43 anos, ele já não é o
preferido das adolescentes, que o
trocaram por nomes como Orlando Bloom, 29, Justin Timberlake, 25, e Elijah Wood, 25, entre
outros. A solução era buscar um
time de coadjuvantes que baixasse a média de idade.
O irlandês Jonathan Rhys Meyers, 28, foi convidado a ser o chefe de Cruise na IMF (Impossible
Mission Force, a agência para a
qual trabalha). Fizeram testes,
mas ficou a impressão de que era
forçar muito a barra botar um garoto como superior do maduro
Ethan Hunt. O ator continuou no
filme, mas como um ex-criminoso que, pego pela polícia, tem a
opção de ter sua pena diminuída
se topar arriscar sua vida em missões impossíveis. No lugar vago
entrou Billy Crudup, 38, dez anos
mais velho que
Jonathan, mas
que ainda assim
parece jovem para ser chefe de
Cruise.
Para dar uma
"globalizada" ao
time, que tem
Ving Rhames desde o primeiro longa, a modelo mezzo polonesa, mezzo vietnamita
Maggie Q, 27, foi
chamada. A protegida de Hunt,
que é capturada pelo vilão da história, é vivida por Keri Russell, 30.
O orçamento não era um problema. O filme custou US$ 150
milhões, o dobro do primeiro
"Missão", que foi também o primeiro filme produzido pela dupla
Tom Cruise e Paula Wagner. Ela
era agente do ator até virar sua
parceira na produtora Cruise/
Wagner, ligada à Warner. A empresa foi criada para que o primeiro longa saísse exatamente como o ator imaginava. Deu tão certo que a Cruise/Wagner já tem 13
filmes, entre eles "Os Outros",
"Narc", "Pergunte ao Pó" (que
tem estréia prevista no Brasil em
junho), além, é claro de "Missão
Impossível 2"
(que custou US$
125 milhões).
"Mesmo com
todo esse dinheiro", suspira J.J.
Abrams, "no final
me vi choramingando porque
queria refazer cenas, testar um cenário diferente,
usar mais figurantes. Como em
tudo na vida,
quando você tem
X, descobre que
para ser feliz precisa de X + 1".
Missão Impossível 3
Mission: Impossible III
Produção: EUA, 2006
Direção: J.J. Abrams
Com: Tom Cruise, Philip Seymour
Hoffman, Michelle Monaghan
Quando: em cartaz a partir desta sexta
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