São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2006

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"Gosto de fazer filme pipoca, e daí?", diz Philip Seymour Hoffman


"Ele [Cruise] é um grande ator. Ninguém chega aonde ele chegou sendo canastrão"
PHILIP SEYMOUR HOFFMAN,ator

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Ele passou de jornalista gay que inventou um gênero a um vilão sádico e milionário. Philip Seymour Hoffman, Oscar de melhor ator deste ano por "Capote", reaparece como o vilão Owen Davian em "Missão Impossível 3". E não vê problemas em alternar filmes independentes e de temática séria com papéis secundários em superproduções de verão.
"Gosto de fazer um filme pipoca de vez em quando, e daí?", disse durante entrevista a jornalistas estrangeiros em Los Angeles. O fato de não se "sujeitar" a falar individualmente com os repórteres é o primeiro sinal de que ele tem para sempre a marca "vencedor do Oscar" antes de seu nome. "Só aceito quando tem algum desafio para mim como ator, nunca só pelo dinheiro", afirmou.
Esse é o segundo trabalho que Hoffman faz ao lado de Tom Cruise. No primeiro, "Magnólia", de 1999, Hoffman interpretava um enfermeiro bonzinho que, a pedido de um paciente à beira da morte, procura o personagem de Cruise, um guru machista. Agora os papéis foram invertidos: Hoffman é o poderoso traficante que o agente Ethan Hunt (Cruise) deve enfrentar. "É uma presença metafórica do mal em si. Ele é seu pior medo", teorizou.
Hoffman ficou conhecido do grande público como o estudante rico de "Perfume de Mulher", em 1992. Depois, começou a procurar papéis mais estranhos em filmes independentes e marcou presença como o cameraman gay de "Boogie Nights", de 1997.
Viveu também o solitário Allen, de "Felicidade" (1998); o amigo rico de Dick Greenleaf (Jude Law) no excelente "O Talentoso Ripley", de 1999; o dramaturgo atormentado de "State and Main" (2000); o crítico de música deprimido de "Quase Famosos", do mesmo ano e o surpreendente travesti Rusty, do obscuro "Ninguém É Perfeito" (1999).
Com toda essa bagagem, seria natural que um filme menos denso como "M:I-3" fosse mais fácil que os trabalhos anteriores, mas Hoffman acredita que o filme tem desafios que ele não havia antecipado. "Eu tinha muitas cenas perigosas, com uma explosão atrás, um carro voando em cima de mim. É muito difícil, mais ainda se você está preocupado em não machucar o Tom Cruise (risos)."
O ator não fugiu à regra de seus colegas de filme quando o assunto se voltava para Tom Cruise: "Ele é um grande ator, pergunte para qualquer pessoa que já trabalhou com ele". Mas nunca ganhou um Oscar... "Eu ganhei um Oscar, ele virou o Tom Cruise. Não acho que eu tenha sido mais reconhecido do que ele, nem acho que eu seja um ator mais competente. Ninguém chega aonde ele chegou sendo canastrão." (TR)

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