REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo visto, não existem mais programas a salvo da fórmula "reality show" na TV. A mais nova incursão no formato, que começa a ser exibida pelo canal pago Animal Planet a partir de hoje à noite, envolve um grupo multinacional de ambientalistas amadores cuja missão é ajudar seis projetos de conservação ao redor do mundo -de preferência sem esganar um ao outro no processo.
Os sete "personagens" da série "Planeta em Ação", na faixa dos 20 e muitos e 30 e poucos anos (incluindo uma brasileira), são orientados por membros do WWF, uma das principais organizações conservacionistas do planeta. Os projetos se concentram na América Central e no Sudeste Asiático e lidam quase sempre com espécies carismáticas da fauna, como as tartarugas marinhas do Panamá, os orangotangos da Malásia, tigres também malaios e golfinhos do Camboja. A galeria de bichos "fofinhos" é a deixa perfeita para mostrar a vida selvagem como ela é, especialidade indiscutível das câmeras do Animal Planet.
A idéia é dar aos participantes a amostragem mais ampla possível do problemão que é montar um projeto conservacionista num país de Terceiro Mundo, tendo de lidar com orçamento apertado, populações locais pobres e ambiente hostil. Funciona, e é uma ótima introdução aos desafios que os ambientalistas de verdade enfrentam, mas a narrativa desanda um pouco quando passa a usar os clichês mais manjados dos "reality shows" (sim, você já viu isso antes em "No Limite"). Fica clara, por exemplo, a escolha do "elenco" para fomentar situações de conflito (o venezuelano boa-vida versus a sueca organizadinha versus a americana casca-grossa, digamos). Pelo menos não tem paredão.