São Paulo, sexta, 1 de maio de 1998

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Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba exibe longas inéditos

FLÁVIO ARANTES
da Agência Folha, em Curitiba

Contando com 14 longas-metragens que ainda não estrearam em circuito comercial, começou ontem a edição 98 do Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba. Durante nove dias, serão exibidos 107 filmes e 27 vídeos de curta, média e longa metragem.
Entre os inéditos estão "For All", de Luiz Carlos Lacerda e Buza Ferraz, e "Policarpo Quaresma", de Paulo Thiago, inspirado na obra do escritor Lima Barreto.
Os filmes inéditos formam a Mostra Oficial. Serão sete brasileiros e outros sete de língua latina, como o argentino "Buenos Aires Vice Versa", de Alejandro Agresti, e "Madagascar", do cubano Fernando Perez.
Compõe também a Mostra Oficial o Revendo 97, com oito filmes nacionais que estrearam no ano passado. Entre eles, "Os Matadores", de Beto Brant, e "A Ostra e o Vento", de Walter Lima Jr.
A Mostra Oficial traz ainda uma retrospectiva do cinema nacional. A seleção, com sete filmes, inclui alguns dos maiores sucessos já produzidos no país, como "Pixote" e "O Beijo da Mulher Aranha", de Hector Babenco, e "Bye Bye Brasil", de Cacá Diegues.
Ainda na Mostra Oficial, haverá um programa com filmes de curta e média metragem alemães e franceses, além de uma retrospectiva dos filmes de Roberto Santos, entre eles, "A Hora e a Vez de Augusto Matraga".
Mostra Competitiva
Além da Oficial, o festival terá as mostras Competitiva e Experimental. A Experimental vai apresentar uma seleção de filmes de Julio Bressane e de José Mojica Marins, o Zé do Caixão. Integram a retrospectiva clássicos como "Matou a Família e Foi ao Cinema", de Bressane, e "O Despertar da Besta", de Mojica Marins.
Para a Mostra Competitiva, foram selecionados 29 filmes e 27 vídeos brasileiros, todos de curta metragem. A seleção foi feita a partir de 200 trabalhos inscritos, vindos de todo o país.
Os curtas da Mostra Competitiva vão concorrer em 26 categorias. Os vencedores receberão o Troféu Araucária, além de uma premiação em dinheiro que varia entre R$ 1.500 e R$ 3.000.
Este ano, segundo a diretora-geral do festival, Cloris Ferreira, o evento quer promover a integração cultural dos Estados do Sul do Brasil com os países do Mercosul.
"Nós já acertamos a exibição dos vencedores da Mostra Competitiva em salas de Florianópolis e Porto Alegre, além de Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile."
Menos dinheiro
Esta é a segunda edição do festival. Na primeira, foram exibidos apenas sete longas, dois deles inéditos. Entre os brasileiros estava "O Que É Isso, Companheiro?", de Bruno Barreto, que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro neste ano.
A diretora do festival afirma que a participação do filme na primeira edição ajudou a consolidar o evento. Ainda assim, segundo Cloris Ferreira, o orçamento para a realização do festival deste ano precisou ser reduzido dos R$ 800 mil previstos para R$ 400 mil.
"O projeto é beneficiado pela Lei Rouanet, mas não conseguimos captar todos os recursos."



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