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Thriller de "Paixão" não se realiza
MARILENE FELINTO
da Equipe de Articulistas
A paixão do filme é entre um prisioneiro e a dentista do presídio.
Quem vive o prisioneiro é Tim
Roth -fazendo caras e bocas para
ver se convence no papel de marginal misterioso e irresistível-,
astro de Tarantino ("Cães de Aluguel") e de Woody Allen ("Todos
Dizem Eu Te Amo").
A dentista (Julia Ormond, de
"Mistério na Neve"), recém divorciada depois de pegar o marido
com outra, vai trabalhar no presídio britânico, onde conhece o prisioneiro vivido por Roth, que sofre de bruxismo (range os dentes
de noite) e não recebe "visitas"
(não faz sexo) há cinco anos.
Tudo preparado para que o filme da diretora de TV britânica
Angela Pope, estreante em cinema, fosse um forte thriller sexual.
O "alto risco" do título refere-se
aos perigos que o casal enfrenta ao
se encontrar fora do presídio, nas
raras oportunidades que o prisioneiro tem de sair para frequentar
um curso universitário.
Mas o thriller não se realiza. Você vai passar o filme todo tentando
se emocionar com as cenas de sexo, risco e mistério -já que somente perto do final conhece-se a
natureza do crime do protagonista, que está em fins do cumprimento da pena. Nenhum dos elementos, no entanto, emociona.
E fica no ar a pergunta sobre por
que se fazem filmes como esse
-uma bobagem, uma versão de
"9 Semanas e 1/2 de Amor" por
trás das grades. Tim Roth fica
igual ao Mickey Rourke picareta e
cafajeste, que só convence mocinhas desavisadas. Tempo perdido.
Filme: Paixão de Alto Risco
Produção: EUA, 1994
Direção: Angela Pope
Com: Tim Roth, Julia Ormond
Quando: a partir de hoje, nos cines Interlar
Aricanduva Cinemark 5, Belas
Artes-Carmen Miranda, Center Iguatemi 1
e circuito
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