São Paulo, sexta, 1 de maio de 1998

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MUNDO DE BACO
Alsacianos são boa opção

JORGE CARRARA
Colunista da Folha

Densos e frutados, os vinhos alsacianos estão cada vez melhores. Eles são uma ótima opção para quem procura um bom vinho branco francês a preço mais em conta, já que têm uma das melhores relações preço-qualidade do elenco de vinhos gauleses.
Localizados no extremo nordeste da França, os vinhedos da Alsácia se estendem por uma faixa de cerca de 120 quilômetros de comprimento paralela ao rio Reno, na fronteira com a Alemanha. Assolada por guerras e conflitos, a área alternou a sua nacionalidade entre a alemã e a francesa, o que lhe rendeu algumas peculiaridades.
Os seus vinhos são vendidos em garrafas alongadas, de estilo similar ao utilizado para os vinhos alemães do Reno. O nome de grande parte dos produtores mostra igualmente uma influência germânica e as principais cepas utilizadas na região nutrem também a indústria vinícola do outro lado da fronteira.
Mas os vinhos alsacianos têm uma personalidade própria (sendo, os de mesa, mais secos e concentrados que os alemães). A maioria é varietal (elaborados com um único tipo de uva) e mantém todo o charme e o perfume das diferentes cepas com que são elaborados.
As castas Sylvaner, Muscat e Pinot Blanc produzem vinhos mais ligeiros, ideais para o aperitivo. Os melhores e mais encorpados são os elaborados com Pinot Gris (ou Tokay d'Alsace), Gëwürztraminer e Riesling, uma das melhores variedades brancas do planeta.
Bons exemplares desse último trio podem ser conferidos na cidade (veja quadro). Na ala dos Pinot Gris, vale a pena experimentar o Jubilee 93, do renomado produtor Hugel, que tem aroma atraente (carambola madura, figos, certo defumado) e sabor frutado (levemente) adocicado.
Entre os Riesling chamam a atenção o Tradition 93, também de Hugel, e o Saint Hippolyte 94, de Marcel Deiss, outro bom viticultor da região. O Tradition tem paladar vivaz, redondo e intenso que mescla fruta com o clássico toque mineral da Riesling. O Deiss é mais leve, mostrando também o típico aroma mineral (com certo toque cítrico) e um sabor muito equilibrado.
Os dois se destacam também no departamento dos Gewürztraminer. Hugel com o Tradition 94 (que tem características florais e de especiaria e belo corpo) e Deiss com o Mittelwihr 94, um vinho de cor dourada, paladar potente (flores, lavanda, abricó), com a pincelada de (suave) amargor tradicional da Gewürztraminer, que aparece no final.



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