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Editoras obtêm melhores resultados no Rio
CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio
A 9ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro vem obtendo
mais sucesso do que o 1ª Salão Internacional do Livro de São Paulo
nas vendas diretas ao público visitante. A Folha ouviu representantes de editoras, distribuidoras e livreiros que montaram estandes
nas duas feiras. Os números finais
de venda são mantidos em sigilo,
mas todos afirmaram estar obtendo melhores resultados comerciais
no Rio do que em São Paulo.
"A cada dois livros vendidos no
Rio, vendemos apenas um em São
Paulo", disse Flávio Galvão, gerente-geral de vendas da Ediouro, empresa que montou em São Paulo
um estande com 30 m2 a mais do
que no Rio (180 m2 em São Paulo
contra 150 m2 no Rio).
Na editora Ática, a avaliação é semelhante. "A feira do Rio vende
três vezes mais do que a de São
Paulo", disse Alfredo Chianca, diretor editorial da empresa.
"Estamos vendendo 30% a mais
no Rio, em comparação com São
Paulo", afirmou Marco Aurélio
Barbosa, gerente de marketing da
Siciliano, rede que reúne 66 livrarias em todo o país (30 em São Paulo) e quatro editoras.
De acordo com Barbosa, o desempenho comercial da feira de
São Paulo não atendeu às expectativas. "Visitei as duas feiras no horário de pico, entre 18h e 20h. Em
São Paulo, o estacionamento estava ocupado pela metade. No Rio,
era difícil encontrar vaga", disse.
A Saraiva, grupo que reúne uma
rede de livrarias e uma editora, informa que ainda não tem relatórios fechados com os números de
venda, mas que, por conta dos pedidos de reposição feitos pelos responsáveis pelos dois estandes
-São Paulo e Rio-, é possível
afirmar que as vendas no Rio são
superiores às de São Paulo.
Não são apenas os grandes grupos editoriais que estão amargando vendas abaixo do esperado no
Salão do Livro de São Paulo. A editora Manole, de São Paulo, que tem
nos livros especializados em medicina o seu forte, também está vendendo mais no Rio. "De cada 100
livros vendidos, 90 são no Rio e só
dez em São Paulo", afirmou Dino
Manole, dono da editora.
Manole não esconde sua irritação com os resultados: na segunda-feira, pediu desligamento da
CBL (Câmara Brasileira do Livro),
instituição que organiza o Salão do
Livro e da qual ele era associado
havia 25 anos. "Se não tem público, não vende, e em São Paulo não
tem público. Da próxima vez, participo só da feira do Rio", disse.
A Folha apurou que há um grande descontentamento entre os expositores do Salão de São Paulo.
Todos se queixam de que houve
pouca divulgação do evento.
"Houve uma decepção. Da próxima vez, quero documentos que
mostrem tudo o que vão fazer. Para a CBL conseguir convencer
quem participou deste Salão a participar de outro vai ter muito trabalho", disse Barbosa, da Siciliano.
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