São Paulo, Sábado, 01 de Maio de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Editoras obtêm melhores resultados no Rio

CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio

A 9ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro vem obtendo mais sucesso do que o 1ª Salão Internacional do Livro de São Paulo nas vendas diretas ao público visitante. A Folha ouviu representantes de editoras, distribuidoras e livreiros que montaram estandes nas duas feiras. Os números finais de venda são mantidos em sigilo, mas todos afirmaram estar obtendo melhores resultados comerciais no Rio do que em São Paulo.
"A cada dois livros vendidos no Rio, vendemos apenas um em São Paulo", disse Flávio Galvão, gerente-geral de vendas da Ediouro, empresa que montou em São Paulo um estande com 30 m2 a mais do que no Rio (180 m2 em São Paulo contra 150 m2 no Rio).
Na editora Ática, a avaliação é semelhante. "A feira do Rio vende três vezes mais do que a de São Paulo", disse Alfredo Chianca, diretor editorial da empresa.
"Estamos vendendo 30% a mais no Rio, em comparação com São Paulo", afirmou Marco Aurélio Barbosa, gerente de marketing da Siciliano, rede que reúne 66 livrarias em todo o país (30 em São Paulo) e quatro editoras.
De acordo com Barbosa, o desempenho comercial da feira de São Paulo não atendeu às expectativas. "Visitei as duas feiras no horário de pico, entre 18h e 20h. Em São Paulo, o estacionamento estava ocupado pela metade. No Rio, era difícil encontrar vaga", disse.
A Saraiva, grupo que reúne uma rede de livrarias e uma editora, informa que ainda não tem relatórios fechados com os números de venda, mas que, por conta dos pedidos de reposição feitos pelos responsáveis pelos dois estandes -São Paulo e Rio-, é possível afirmar que as vendas no Rio são superiores às de São Paulo.
Não são apenas os grandes grupos editoriais que estão amargando vendas abaixo do esperado no Salão do Livro de São Paulo. A editora Manole, de São Paulo, que tem nos livros especializados em medicina o seu forte, também está vendendo mais no Rio. "De cada 100 livros vendidos, 90 são no Rio e só dez em São Paulo", afirmou Dino Manole, dono da editora.
Manole não esconde sua irritação com os resultados: na segunda-feira, pediu desligamento da CBL (Câmara Brasileira do Livro), instituição que organiza o Salão do Livro e da qual ele era associado havia 25 anos. "Se não tem público, não vende, e em São Paulo não tem público. Da próxima vez, participo só da feira do Rio", disse.
A Folha apurou que há um grande descontentamento entre os expositores do Salão de São Paulo. Todos se queixam de que houve pouca divulgação do evento. "Houve uma decepção. Da próxima vez, quero documentos que mostrem tudo o que vão fazer. Para a CBL conseguir convencer quem participou deste Salão a participar de outro vai ter muito trabalho", disse Barbosa, da Siciliano.

Texto Anterior: 121 mil crianças vão à bienal
Próximo Texto: Vendas devem crescer, diz CBL
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.