|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Livro responde a questões clássicas
especial para a Folha
Costanza tem consciência (e registre-se aqui que não é falsa modéstia ou demérito) da noção de
escritora. Seu livro é o resultado de
um trabalho em equipe, com a finalização de texto e coordenação
editorial da jornalista Isa Pessôa e
outros profissionais. "Sabia que
iria resultar num produto com ótimo acabamento editorial", diz.
O conjunto do livro, com todas
suas dicas, é resultado de uma longa vida dedicada à moda; seu êxito
é maior, sobretudo, numa era de livros espirituais voltados para a auto-ajuda, como a atual.
O que ela fez alguns outros também já fizeram. Constance C. R.
White, editora de moda do "The
New York Times", escreveu seu
"Style-Noir: The First How-to Guide to Fashion Writting with Black
Women in Mind" sobre a moda e
estilo particulares das mulheres
negras. No Brasil, Gloria Kalil
(com seus dois volumes do "Chic")
e o editor de moda da "Playboy",
Fernando de Barros (autor de
"Elegância" e "O Homem Casual"), deram mostras de que há
espaço editorial e, principalmente,
leitores interessados em como
combinar peças do vestuário ou
mesmo descobrir seus estilos.
O que é válido nesse livro de Costanza, além do projeto gráfico e
editorial, é a possibilidade de dialogar com a autora. O leitor terá a
impressão de estar assistindo a
uma de suas entrevistas nos bastidores dos grandes desfiles. Respondendo às clássicas e constantes
dúvidas sobre as dez perguntas
mais comuns sobre cores ou ainda
por que se escolhem o preto e o
branco (no capítulo sobre "A cor
da roupa"), ela explica o que é ter
elegância e estilo.
"Mais relevante do que ter muita
grana e beleza é ter caráter, imaginação e disciplina", explica Costanza sobre a pessoa com verdadeira elegância e estilo próprio,
que deve ser (acima de tudo) simples e pessoal.
Ao se referir à noção de essencial,
Costanza evidencia que sua maior
preocupação com esse livro é dividir com as pessoas toda sua experiência de vida: "Não sei se foi uma
idéia que permeou tudo que fiz na
minha vida, tendo o essencial como básico".
Nelson Motta a alertou sobre a
possível pretensão que o título poderia transmitir num grau metafísico, contudo o próprio subtítulo
sana essa possibilidade. Resta-nos
saber se as pessoas vão incorporá-lo apenas como um guia ou tomar
partido de causa única para poder
sair de casa.
(TD'A)
Texto Anterior: Moda: Constanza Pascolato desfila estilo em livro Próximo Texto: Autora foi editora de moda Índice
|