São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2001

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Atores "trabalharam por patriotismo"

FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Michael Bay foi acordado por um pensamento súbito: e se o ataque fosse filmado sob o ponto de vista da bomba? Ele levantou e começou a esboçar a tomada. Era o verão de 99 e a Disney havia acabado de conceder luz verde ao megaprojeto sobre o bombardeio a Pearl Harbor.
"Sabia que as cenas da invasão deveriam ser pioneiras e absolutamente verdadeiras, por isso comecei a desenhá-las antes mesmo de receber o roteiro", explicou.
A verdade é que, quando a idéia de reproduzir o histórico ataque ao porto havaiano cruzou a mente dos executivos da Disney, a pergunta que todos se faziam era: quem seria suficientemente maluco para dirigir um projeto desse porte? Michael Bay, claro.
"Ele é o Spielberg de sua geração", afirma Jerry Bruckheimer. Justificando a fama de extravagante, Bay, que há apenas seis anos dirigia videoclipes e comerciais para a televisão, afirma que prefere explodir coisas de verdade do que inserir o efeito especial mais tarde.
"Só topei encarar o projeto depois que visitei o porto e vi que poderia recriar o bombardeio "fotorealisticamente"."
O barulho de "Pearl Harbor" começou a ecoar antes do filme chegar às telas. "O orçamento original era de US$ 208 milhões; fizemos mágica para baixá-lo para US$ 140 milhões. Nesse processo, pedi demissão três vezes."
Para chegar a esse valor, ele aceitou trabalhar pelo mínimo estipulado pelo sindicato e convenceu o elenco a fazer o mesmo. "John Voight, Cuba Gooding Jr., Ben Affleck e Alec Baldwin trabalharam nesse filme por puro patriotismo." Quando questionado se o público internacional conseguiria reagir com paixão a uma história como essa, Bay disse que Pearl Harbor foi um evento que mudou o curso da história e que isso seduziria outras audiências.
Mas, por precaução e porque 65% da bilheteria final vem do mercado internacional, japoneses e alemães foram premiados com uma edição menos xenófoba. Os brasileiros ficam com a versão original, 55 minutos mais longa que o próprio bombardeio.

Documentário
O canal de TV paga National Geographic reprisa amanhã, às 22h, o documentário "Pearl Harbor: Legado do Ataque", com duas horas de duração, sobre o ataque à base em 1941. (ML)


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