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Cientistas atestam realismo de invenções
DE NOVA YORK
Há uma ciência em "Star
Wars", e quem está falando isso
não são os fãs, mas os cientistas.
Há tanta ciência na cinessérie e
em outros marcos da ficção científica cinematográfica que já existe até mesmo um subgênero literário dedicado ao assunto. São livros que analisam a viabilidade
ou não e o prazo previsto para
funcionamento das invenções
mostradas em filmes.
Assim, os cientistas apontam
erros comuns como os ruídos feitos pelas naves e suas armas no espaço, uma impossibilidade física,
ou o fato de os ocupantes destes
veículos nunca terem problemas
com a falta de gravidade, outra
impossibilidade, desta vez tanto
física quanto tecnológica.
Mas também muitos acertos,
como a profusão de galáxias, um
conceito pouco considerado nos
anos 70 e, hoje, pouco contestado.
Para a astrônoma Jeanne Cavelos, que escreveu "A Ciência de
"Star Wars'", "a ciência alcançou
George Lucas, e muito do que ele
imaginou em 1977 já faz parte de
nosso cotidiano". Com ela concorda o físico Lawrence Krauss,
autor do livro "A Física de "Star
Trek'": "Ele usa a ciência para dar
mais verossimilhança à trama".
Dois pontos-base da saga lucasiana, se não fazem parte exatamente do dia-a-dia de nós terráqueos, tampouco estão longe de
se tornar realidade. É o caso dos
canhões de laser utilizados pelas
naves, cujo princípio é muito parecido com o atualmente em desenvolvimento pelo Pentágono
em seu sistema de defesa contra
mísseis nucleares e satélites.
Ou as viagens à velocidade da
luz, que aparecem nos cinco filmes como coisa banal. Bem, estamos longe do feito, mas mais por
falta de recursos do que por falta
de conhecimento, segundo Marc
Millis, cientista da Nasa, a agência
do programa espacial norte-americano. Quer dizer que podemos
um dia ultrapassar os limites estabelecidos nas teorias de Einstein?
"Sim, se conseguirmos manipular a relação espaço-tempo." A
frase poderia parecer ousada se
não viesse de alguém pago justamente para pensar ousadamente.
Millis dirige o Programa de Propulsões Físicas Inovadoras da
agência federal dos EUA, que
conta com uma equipe que estuda
como viajar do ponto A ao ponto
B sem se mover, por exemplo.
Uma característica sempre citada pelos estudiosos como positiva
é a época escolhida por Lucas para situar sua história. Não no futuro, o que sempre dá margem a erros ou exageros ("2001 - Uma
Odisséia no Espaço", de Stanley
Kubrick, se passa em... 2001, o que
parece prematuro hoje em dia; já
a mais recente adaptação de "A
Máquina do Tempo" ousa demais, situando seu futuro daqui 4
mil anos), mas no passado.
Mais precisamente, "há muito
tempo, numa galáxia não muito
distante"...
(SÉRGIO DÁVILA)
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