DA REDAÇÃO

Na década de 20 surgiu em Cuzco um movimento de cunho nacionalista cujo objetivo era resgatar a tradição cultural do período pré-hispânico. Liderado por artistas, políticos e filósofos, o movimento, chamado "indigenista", procurava exaltar os descendentes da civilização incaica, vítimas de um sistema feudal de produção e dominados pela maioria mestiça e branca (descendentes dos espanhóis).
Convidado a fazer parte do grupo, Chambi integrou-se ao movimento para transformar seu povo explorado e menosprezado pela sociedade oficial em ícones da cultura e da história peruana.
Suas imagens, no entanto, não possuem um aspecto panfletário e tampouco tratam de denunciar as condições de vida dos descendentes indígenas. Chambi se limitou a reportar de forma extremamente sensível a beleza das pessoas e suas tradições. Ao fotografar seu povoado, revelou os desvãos de toda a humanidade. (EC)


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