FREE-LANCE PARA A FOLHA

Após trabalhar com Miriam Mehler e Nelson Baskerville em "Nossa Vida em Família", em 2002, o diretor William Pereira, 39, desejava continuar produzindo teatro com os dois intérpretes.
Um professor que lhe deu aulas na faculdade, José Eduardo Vendramini, 55, responsável pela cadeira de direção teatral na USP, tinha um texto pronto, "Diálogo com a Mãe", finalizado em 2001. Pereira gostou da obra e viu que ela poderia render um "espetáculo de câmara", prescindindo de uma produção dispendiosa.
"Além disso, o tema de ajuste de contas entre mãe e filho é sempre arquetípico, sempre um assunto enorme", diz o encenador, que declara ter centrado a sua direção no trabalho dos atores. "Se houver um tom errado, a peça fica fria ou vira um dramalhão. Caminhar no limite entre o teatro alemão e a ópera italiana foi interessante", afirma.
"O tema principal é o resgate das relações pessoais. No caso, entre mãe e filho. Trata-se também de um tema muito comum no cinema americano: a segunda chance, a chance de rever a vida", afirma Vendramini.
A viabilização da produção do texto, pela falta de patrocínio, foi curiosa. "Dividimos o orçamento mínimo em pequenas cotas, que cinco amigos compraram", diz William Pereira. Ele não revela os valores arrecadados.


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