São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2004

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FILMES

A Moto Mágica
SBT, 14h30.
 
(The Dirt Bike Kid). EUA, 1954, 90 min. Direção: Holte C. Caston. Com Patrick Collins, Peter Billingsley. Filho emprega últimos tostões da mãe viúva na compra de uma bicicleta aparentemente inútil. Filme infantil puxado para o melodrama.

Uma Babá Quase Perfeita
Globo, 15h30.
   
(Mrs. Doubtfire). EUA, 1993, 125 min. Direção: Chris Columbus. Com Robin Williams, Sally Field, Pierce Brosnan. Williams é o pai que, após divórcio, se disfarça de mulher e se emprega como babá apenas para ficar perto dos filhos. Seguem-se confusões. O filme repousa todo sobre o ator. E Robin Williams compareceu.

O Corruptor
SBT, 22h30.
   
(The Corruptor). EUA, 1999, 110 min. Direção: James Foley. Com Chow Yun-Fat, Rick Young, Mark Wahlberg. Yun-Fat faz o oficial de polícia de origem chinesa, cuja tarefa é manter a paz na Chinatown de Nova York. As coisas não são fáceis e se complicam com as tentativas de uma das gangues de subornar um novo recruta (Wahlberg). Vale a pena acreditar em James Foley, mesmo que a crítica americana seja chocha sobre o filme.

Intercine
Globo, 1h25.

Entra hoje o mais votado entre "Deadbolt - A Morte Está em Casa" (1991, de Douglas Jackson, com Justine Bateman, Adam Baldwin) e "Minha Amada Imortal" (1994, de Bernard Rose, com Gary Oldman, Isabella Rossellini).

Um Rosto na Escuridão
SBT, 2h15.
 
(She Woke Up). EUA, 1991, 97 min. Direção: Waris Hussein. Com Lindsay Wagner, David Dukes. Depois de ficar em coma por dois anos -após quase ser assassinada-, mulher desperta e tenta lembrar o rosto do assassino, que voltará a ameaçá-la. Suspense sem futuro.

O Filho da Pantera Cor-de-Rosa
Globo, 3h25.
 
(Son of the Pink Panther). EUA, 1993, 115 min. Direção: Blake Edwards. Com Roberto Benigni, Herbert Lom, Claudia Cardinale. Tentativa de ressuscitar a célebre série de humor, com Benigni no lugar de Peter Sellers. O novo detetive, Jacques Gambrelli, é, aliás, filho ilegítimo do inspetor Clouseau. Um achado a propósito: com efeito, trata-se de um abastardamento em último grau da velha série.

Suburbia
SBT, 4h.
  
(Suburbia). EUA, 1996, 121 min. Direção: Richard Linklater. Com Giovanni Ribisi, Steve Zahn, Jayce Bartok. A vida de um grupo de jovens de uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos e a mudança por que passam todos quando volta à cidade um antigo amigo, hoje músico famoso. Ou seja: trata-se de escolher entre a mediocridade que se abre diante deles ou o risco da mudança. Só para São Paulo.

Jerry Lewis, gênio inquieto

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Antes de se desentenderem sobre a invasão do Iraque, franceses e americanos desentenderam-se muito sobre cinema. E, a bem dizer, são em geral os franceses que saem em defesa de americanos não reconhecidos em seu país.
Estão nesse caso realizadores cuja importância ninguém mais nem discute, como Hitchcock e Howard Hawks. Mas está também Jerry Lewis. Demoramos a aceitar, normalmente, que palhaçadas possam ter importância artística. Aceita-se Chaplin, mas os tombos, caretas e gritos de Jerry Lewis, nem tanto.
Pois "O Mensageiro Trapalhão" (Telecine Classic, 23h40) dá bem a dimensão de Jerry como um cineasta de vanguarda, em luta com o academismo do humor e, sobretudo, perguntando-se onde e por que as coisas fazem sentido (se fazem).

CINEMA

Documentário estuda produção dos EUA

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

Não houve época mais deprê. Era um ambiente povoado por seres fracassados e solitários que, volta e meia, se atolavam num lamaçal de violência, sexo e drogas: o cinema norte-americano dos anos 70, enfim.
Exagero? A produção do período, tema de "A Decade under the Influence", mostra que não havia outra possibilidade.
Estão lá um Robert de Niro esquizofrênico, em "Taxi Driver"; a dupla decadente de "Perdidos na Noite"; Al Pacino tentando assaltar um banco em "Um Dia de Cão"; o cinismo de Woody Allen em "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa"; o otimismo fajuto de "Rocky" -a lista de filmes e personagens americanos que marcaram os anos 70 segue extensa.
O climão pesado é justificado pelos nomes mais óbvios dessa geração, a chamada geração das escolas. Diretores ainda na ativa, como Francis Ford Coppola, Martin Scorsese e Robert Altman, falam sobre o fim da era dos grandes estúdios e a distância entre Hollywood e a realidade das ruas.
É uma década que vê o desenrolar da Guerra do Vietnã, da corrupção e do Watergate. "Todas as certezas foram contestadas", diz Sydney Pollack. "Era uma época mais ambígua", conclui Coppola.
O cinema americano não demorou em aglutinar, de um lado, a confusão do período, e, de outro, diversas referências libertárias. Nouvelle vague, beatniks, John Cassavetes e Roger Corman deram a liga para o surgimento do último grande momento de um cinema autoral nos EUA.
Daí em diante, uma outra história começaria a ser contada. Spielberg ("Tubarão") e George Lucas ("Guerra nas Estrelas") entram na jogada. Algumas das cenas mais interessantes mostram as reações do público da época. Com esse outro tipo de cinema, repleto de efeitos especiais, voltados ao lucro e merchandising, nascia também um novo público, que, numa experiência quase religiosa, ia às salas para ver o mesmo filme cinco, seis vezes. Culpe os anos 70.


A DECADE UNDER THE INFLUENCE. Quando: amanhã, às 12h15, no Cinemax Prime.


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