São Paulo, sexta-feira, 01 de julho de 2005 |
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NAS LOJAS Rock IN YOUR HONOR FOO FIGHTERS O sonho do roqueiro que alcança os dez anos de carreira é mostrar sua sensível alma musical. Aí, a juventude "esporrádica" dá vaga a discos cheios de baladismos. Mas, tendo-se o cacife de Dave Grohl e seus Foo Fighters, você pode fazer seu disco de baladas (com direito a Norah Jones) acompanhado de outro CD só de cavalices, com "No Way Back" e "Hell" para as rádios e o baião "Hell" para arretar. Nas baladas, ainda que um degrau abaixo de seu padrão, Grohl escala "Razor", porque Josh Homme, dos pesos-pesados Queens of the Stone Age, tem um violão rural que sabe chorar. POR QUE OUVIR: é impressionante como tudo que Grohl faz fica do cacete. E não, leitor, não falo da bad vibe chamada Nirvana. (MÁRVIO DOS ANJOS) GRAVADORA: Sony/BMG. QUANTO: R$ 39, em média. MPB ZENCINEMA TETÊ ESPÍNDOLA Tetê Espíndola nunca foi uma artista fácil de classificar. Ou de ouvir. Sempre eclética e experimentalista, a cantora de "pássaros na garganta" e "voz xamânica" lança disco novo com proposta diferente do seu habitual: cantar com timbres graves canções intimistas, todas composições (algumas parcerias) de seu marido, Arnaldo Black, mesmo autor do hit dos anos 80 "Escrito nas Estrelas". Sua voz tecnicamente perfeita e o acompanhamento de alguns músicos conhecidos da noite paulistana, como Arismar do Espírito Santo, garantem certa qualidade, mas às vezes fica difícil agüentar o clima de MPB-jazz-blues de barzinho. POR QUE OUVIR: porque você gosta dela. Ou para matar aquela curiosidade de "que fim levou..." (RE) GRAVADORA: LuzAzul. QUANTO: R$ 21, em média. Pop THAT'S WHAT I SAY JOHN SCOFIELD O guitarrista reúne um belo time, convoca o baterista Steve Jordan para a produção e chafurda na carreira de Ray Charles. Se sai do sacerdócio de uma carreira devotada a experiências no jazz, Scofield contribui com elegância para a exumação da obra do inventor do soul. Faz grooves irresistíveis, como o de "Sticks and Stones" (palmas para a levada de Jordan) e medita rústico sobre a eterna "Georgia on My Mind". É comercial e acessível, mas ainda belo dentro do jazz. POR QUE OUVIR: "Fathead" Newman tocava sax tenor com Ray e aparece aqui. E o escrete vocal (com destaque para Mavis Staples, em "I Can't Stop Loving You") é de finíssima linha. (MDA) GRAVADORA: Universal. QUANTO: R$ 39, em média. MPB FORA DE ÓRBITA RITA MARIA Esta é a Maria Rita que não é a filha da Elis Regina -e que, para evitar confusão, teve que alterar a ordem de seu nome. Se não teve o mesmo hype da filha pródiga, Rita Maria mostra neste disco que seu talento é mais diversificado: não apenas canta, mas compõe e produz as próprias músicas. Entre os exemplos do talento pop da moça, que passeia do samba à música instrumental, "Pé Calejado" e "Borboleta Preta" são hits esperando o acesso às rádios para estourarem. POR QUE OUVIR: da elaborada faixa-título às ótimas (e pouco óbvias) versões de Djavan ("Maçã do Rosto") e Edu Lobo/Chico Buarque ("Nego Maluco"), o disco tem vários acertos. (MARCO AURÉLIO CANÔNICO) GRAVADORA: Tratore. QUANTO: R$ 20, em média. Rock ILHAS VIOLETA DE OUTONO Ainda que soe particularmente deslocado nestes tempos de cinismo musical, o Violeta de Outono tenta manter-se vivo buscando refúgio naquilo que o rock dos anos 60 deixou mais evidente: a habilidade técnica. Neste seu sétimo disco, surgem momentos que superam qualquer limitação progressiva, como a ótima "Blues", mas a capa e títulos exóticos/psicodélicos como "Mahavishnu" e "Língua de Gato em Gelatina" mantêm a viagem restrita apenas a iniciados. POR QUE OUVIR: nem tudo são rosas no rock dos anos 80, como festinhas de revival podem sugerir; ao contrário, havia um lado mais sombrio, que também começa a retornar, como mostra o Violeta. (BYS) GRAVADORA: Voiceprint QUANTO: R$ 20, em média. Rock CANÇÕES PERDIDAS NUM CANTO QUALQUER VOLVER Há tempos a cena musical em Pernambuco caminha por trilhas distintas daquelas desbravadas por Chico Science. O Volver chama a atenção por fazer música sem qualquer traço regional, ou seja, este seu disco de estréia apresenta apenas rock "puro", com influências da jovem guarda e de bandas mod. As canções, todas enérgicas, ainda se ressentem de maior diversidade -todas são muito parecidas-, com temas que não variam muito dos amores juvenis. POR QUE OUVIR: porque o Volver faz parte de uma nova leva de bandas recifenses -ainda é necessário lembrar que por lá não há apenas mangue beat. (BYS) GRAVADORA: Senhor F (distribuição: Tratore). QUANTO: R$ 15, em média. Texto Anterior: MPB: Convidados "consertam" canções Próximo Texto: Música: DVD traz cena musical histórica brasileira Índice |
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