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Prefeitura lança programa de apoio a filmagens
DA REPORTAGEM LOCAL
Autorizações extraordinárias de estacionamento, desvio
e fechamento de ruas, fornecimento especial de energia elétrica são algumas das necessidades comuns ao aparato de
uma grande filmagem.
Para desburocratizar o trâmite desses pedidos com os diferentes órgãos oficiais a que
devem ser destinados, a Secretaria Municipal de Cultura de
São Paulo criou no mês passado
o Escritório de Cinema.
Entre os objetivos do escritório está o de "atrair produções e
negócios" de cinema para a cidade, conforme afirma o secretário de Cultura, o professor e
crítico cinematográfico Carlos
Augusto Calil. "Melhorada a interlocução" dos produtores de
cinema como governo, Calil
acredita que "o poder público
pode ajudar a dar um pouco
mais de conforto para o setor
usar a cidade".
Reinventar a roda
Para o diretor Philippe Barcinski, a notícia só poderia ser
melhor se tivesse vindo antes
que ele rodasse o longa "Não
por Acaso", quando descobriu
que "toda vez que você filma algo complexo na cidade, reinventa a roda para pedir ligação
de luz e ações no trânsito, porque isso não é normatizado".
A "dificuldade operacional
de filmar em São Paulo" surpreendeu o diretor, que aprova
a criação do Escritório de Cinema. "Com um órgão público
ajudando a contornar os desafios, eles deixam de ser a empreitada de uma pessoa privada
para ser de interesse público."
O diretor Jeferson De espera
que esse seja o primeiro passo
para a cidade se igualar "a outras como Nova York, que compreendem o que é ter sua imagem no cinema".
Já Calil cita "Não por Acaso"
como exemplo de filme que expõe "um amor, um cuidado
com a cidade", em sintonia com
"uma mudança que está havendo na relação do habitante de
São Paulo com sua cidade".
O secretário de Cultura acha
que "as pessoas estão se dando
conta de que São Paulo é muito
difícil, mas com problemas superáveis". Para incentivar essa
"descoberta da cidade", a secretaria lançará em agosto um
concurso de curtas-metragens
que sejam "documentários-crônicas" em torno do tema
"viver em São Paulo".
A idéia é que os cineastas
apresentem propostas de filmar "um lugar, um hábito, um
ponto óbvio da cidade, às vezes
não-materializado", diz Calil.
Exemplos: "Pode ser o estádio
do Juventus, a esquina da Ipiranga com São João". Ou seja,
algo que os paulistanos possam
curtir numa boa.
(SA)
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